"As ações dos EUA como parte do conflito enfrentarão uma rejeição incondicional e determinada. Um envolvimento cada vez maior de Washington em uma guerra híbrida contra a Rússia resultará em um fiasco igualmente escandaloso e humilhante para os EUA como o que ocorreu no Vietnã e no Afeganistão", declarou a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova.
Segundo Zakharova, em qualquer caso, "as tentativas de salvar o regime neonazista de [o presidente ucraniano, Vladimir] Zelensky estão condenadas ao fracasso. Os objetivos e metas da operação militar especial serão plenamente alcançados".
O resultado da votação na Câmara dos Representantes, de acordo com a representante oficial, deixa claro que "as elites governantes nos EUA, independentemente de sua afiliação partidária, estão dispostas a saturar o regime de Kiev com armas para que ele possa lutar até o último ucraniano, incluindo ataques terroristas contra alvos civis em território russo, ataques de sabotagem e assassinatos de jornalistas".
"Para isso, Washington recorre ao roubo banal dos ativos russos congelados, para o qual o Congresso deu luz verde à administração do [presidente Joe] Biden", acrescentou Zakharova.
A autoridade russa ainda supôs que a Casa Branca busca, com o pacote, manter as Forças Armadas da Ucrânia até as eleições presidenciais norte-americanas em novembro "sem prejudicar a imagem de Joe Biden". "É por isso que eles prolongam a agonia de Zelensky e seu círculo, enquanto os ucranianos comuns são levados à força para o abate, como carne de canhão. Os republicanos também têm seus interesses, pressionando em favor da indústria militar norte-americana, que receberá a maior parte das verbas destinadas à Ucrânia", afirmou Zakharova.
Novos recursos aprovados
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou no último sábado (20), por 311 votos a favor e 112 contra, um pacote de ajuda que destina US$ 23,3 bilhões (R$ 121,2 bilhões) para reposição de artigos e serviços de defesa para a Ucrânia, US$ 13,8 bilhões (R$ 71,8 bilhões) para compra de sistemas avançados de armas e US$ 11,3 bilhões (R$ 58,8 bilhões) para operações militares norte-americanas na região.
Além disso, o pacote prevê a entrega de sistemas de mísseis de longo alcance Atacms, embora o presidente dos EUA possa reter essa transferência se considerar que seria prejudicial para os interesses da segurança nacional.
Após receber o aval da Câmara dos Representantes, o projeto de lei será encaminhado ao Senado para votação. Em seguida, será apresentado ao presidente dos EUA, Joe Biden, para sua assinatura.
Os Estados Unidos e seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), de acordo com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, participam diretamente do conflito na Ucrânia, tanto com o fornecimento de armas quanto com treinamento de pessoal no Reino Unido, Alemanha, Itália e outros países.
A Rússia já alertou repetidamente que os comboios estrangeiros com armas para a Ucrânia seriam "alvos legítimos" para seu exército assim que cruzassem a fronteira.