Segundo o relatório, os gastos militares aumentaram em todas as regiões do planeta até atingir o máximo histórico de US$ 2,44 trilhões (R$ 12,76 trilhões).
Os Estados Unidos continuaram a ser o país com os maiores gastos militares do mundo e da Organização do Tratado do Atlântico Norte, afirma o relatório.
Em 2023, os 31 membros da OTAN gastaram US$ 1,34 trilhão (cerca de R$ 7 trilhões) equivalente a 55% dos gastos militares globais.
Os gastos militares dos EUA aumentaram 2,3%, atingindo US$ 916 bilhões (R$ 4,79 trilhões) em 2023, o que representou 68% dos gastos militares totais da OTAN, afirmou o SIPRI.
Em 2023, a maioria dos países aumentou os seus gastos militares. A cota combinada do grupo representou 28% do total da OTAN, a mais elevada em uma década. Os 4% restantes correspondiam ao Canadá e à Turquia.
Segundo o instituto, uma década depois de os membros da OTAN terem se comprometido formalmente a gastar 2% do PIB em despesas militares, 11 dos 31 membros da aliança atingiram ou ultrapassaram este nível em 2023, o valor mais elevado desde que o compromisso foi assumido.
Outro objetivo da aliança – alocar pelo menos 20% das despesas militares para "gastos com equipamento" – foi alcançado por 28 membros da OTAN em 2023, contra sete em 2014.
Segundo o SIPRI, a China foi o segundo país do mundo com maior despesa militar, e destinou cerca de US$ 296 bilhões (R$ 1,54 trilhão) a essa rubrica em 2023, o que representa um aumento de 6% em comparação a 2022.
Pequim foi responsável por metade do gasto militar total na região da Ásia e Oceania. Vários vizinhos da China associaram os seus próprios aumentos de gastos ao aumento dos gastos militares chineses, de acordo com o relatório.
O Japão, por outro lado, destinou US$ 50,2 bilhões (R$ 262,58 bilhões) a despesas militares em 2023, 11% mais do que em 2022. As despesas militares de Taiwan também cresceram 11% em 2023, atingindo US$ 16,6 bilhões.
Quanto ao Oriente Médio, os gastos militares estimados aumentaram 9%, atingindo US$ 200 bilhões em 2023. Esta é a maior taxa de crescimento anual registrada na região na última década, disse o SIPRI.
Israel aumentou os seus gastos militares em 24% – o segundo maior aumento na região depois da Arábia Saudita – para atingir US$ 27,5 bilhões em 2023.
Segundo o instituto sueco, o aumento das despesas deveu-se principalmente à ofensiva militar em grande escala na Faixa de Gaza, em resposta ao ataque do Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro de 2023.
Na América Central e no Caribe, os gastos militares em 2023 foram 54% superiores aos de 2014. Segundo a instituição, a escalada dos níveis de criminalidade levou a um maior uso de forças militares contra gangues criminosas em vários países da sub-região.
No México, os gastos militares atingiram US$ 11,8 bilhões em 2023, 55% mais do que em 2014. As dotações para a Guarda Nacional — uma força militarizada utilizada para coibir a atividade criminosa — aumentaram de 0,7% dos gastos militares totais do México em 2019, quando a força foi criada, para 11% em 2023.
"O uso dos militares para suprimir a violência das gangues tem sido uma tendência crescente na região há anos, uma vez que os governos não conseguem resolver o problema através de meios convencionais ou preferem respostas imediatas", disse Diego Lopes da Silva, investigador sênior do SIPRI.
Quanto à Rússia, a instituição informou que aumentou os seus gastos militares em 24% para atingir um valor estimado de US$ 109 bilhões em 2023, o que representa um aumento de 57% desde 2014.
Em 2023, os gastos militares da Rússia representaram 16% do total dos gastos públicos e a sua carga militar (percentagem dos gastos militares em relação ao Produto Interno Bruto, PIB) foi de 5,9%.
A Ucrânia, por sua vez, foi o oitavo país que mais gastou em 2023, após um aumento nos gastos de 51% para atingir US$ 64,8 bilhões. Isto significou um fardo militar de 37% para a Ucrânia e representou 58% da despesa pública total.
Os gastos militares da Ucrânia em 2023 foram de 59% dos da Rússia. No entanto, a Ucrânia também recebeu pelo menos US$ 35 bilhões de dólares em ajuda militar durante o ano, incluindo US$ 25,4 bilhões de dólares dos Estados Unidos. A ajuda e os gastos militares ucranianos combinados foram equivalentes a aproximadamente 91% dos gastos russos, informou o instituto sueco.