Os países da União Europeia poderão em breve chegar a um acordo sobre o uso dos lucros dos ativos russos congelados, escreve na segunda-feira (22) a agência norte-americana Bloomberg.
De acordo com a agência, que citou Vincent Van Peteghem, ministro das Finanças da Bélgica, está planejado usar esses fundos pela primeira vez até 1º de julho.
O uso dos lucros dos ativos russos congelados será discutido na reunião de hoje (22) dos ministros das Relações Exteriores e da Defesa da União Europeia em Luxemburgo. Josep Borrell, chefe das Relações Exteriores da União Europeia (UE), já declarou que espera decisões concretas dessa reunião. Além disso, ele pediu aos países europeus que busquem as armas necessárias para Kiev.
Além disso, será discutido o 14º pacote de sanções contra a Rússia. Espera-se que ele se concentre em medidas contra a evasão das sanções atuais. De acordo com Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia, o novo pacote pode ser aprovado até o final de maio.
Enquanto isso, Anton Siluanov, ministro das Finanças da Rússia, sugeriu que as medidas são "politicamente motivadas" e "minam a já frágil base do atual sistema monetário e financeiro internacional".
"Essas ações ilegais tornarão as principais moedas de reserva ainda mais 'tóxicas' para uso na circulação internacional de pagamentos e, consequentemente, na formação de reservas de ouro e câmbio dos bancos centrais", disse Siluanov.
Ele notou que a Rússia está mudando com sucesso para as moedas nacionais no comércio com países amigos, e advertiu que a fragmentação restringe o crescimento da economia global no médio prazo.
"O preço da fragmentação da economia mundial pode ser de até 12% do PIB global. Medidas restritivas unilaterais e restrições comerciais impostas por motivos políticos levam ao ganho de países individuais ao custo de dividir a economia mundial em blocos", acredita ele.
De acordo com o serviço de imprensa do ministério, Anton Siluanov participou na sexta-feira (19) da sessão plenária do Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês), que costuma ser realizada como parte da reunião de início do ano dos órgãos dirigentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Grupo do Banco Mundial.