Segundo apuração do portal de notícias, as autoridades norte-americanas parecem perceber que a sua estratégia de pressionar o Níger e outros países africanos devastados pela guerra a "cortar laços com Moscou e abraçar as normas democráticas" já não está funcionando, escreve matéria, citando fontes familiarizadas com o assunto.
De acordo com os entrevistados, o desenvolvimento dos acontecimentos nas relações entre os Estados Unidos e o Níger, que está prestes a terminar, é a saída das tropas norte-americanas do país e a sua posterior substituição pelas da Rússia, o que forçou a administração Biden a repensar sua estratégia na região.
"Países de todo o continente, como o Chade, a República Centro-Africana, o Mali e a Líbia, recorreram à Rússia em busca de ajuda em matéria de segurança", prossegue a publicação que destaca que a retirada das tropas norte-americanas do Níger ameaça os EUA com a perda de uma das suas bases militares críticas.
"Quando todos estes países [onde houve golpes militares] expulsaram os franceses e se focaram em si, então tentamos nos tornar pacificadores na esperança de podermos manter a nossa presença lá. É claro que tudo isso não funciona. Agora estamos fora. Agora a Rússia está dentro", disse o ex-oficial de inteligência da CIA para África, Cameron Hudson.
Segundo a mídia, a estratégia da administração Biden reside em estabelecer contatos com os novos governos africanos e negociar roteiros e calendários para "eleições democráticas". Os líderes africanos, por sua vez, rejeitaram em grande parte as sugestões de que os seus países deveriam abraçar mais plenamente a democracia, sem abandonar o seu desejo de manter relações com Washington.
"A maior parte destes governos [africanos] não quer realmente que lhes digam o que fazer. Há uma longa história de o Ocidente dizer aos países africanos como governar e eles estão finalmente dizendo 'basta'", disse outra fonte à apuração.
Alguns líderes africanos saudaram a ajuda da Rússia, afirmando que "Moscou pode fornecer ajuda rápida em segurança quando os EUA não podem". Outros se opuseram às exigências norte-americanas de reformas democráticas, afirmando que "o Ocidente não tem o direito de dar sermões sobre a democracia na África quando ignora problemas semelhantes com aliados em outras partes do mundo".