As FDI estão apelando a alguns residentes de Beit Lahiya, ao norte do enclave, para que evacuem para outras áreas da cidade, enquanto os militares lançam uma nova operação na área, de acordo com o jornal The Times of Israel.
Ataques aéreos e bombardeios de tanques no solo também foram relatados nas áreas centro e sul, no que os moradores disseram serem bombardeios quase ininterruptos.
"Foi uma daquelas noites de horror que vivemos no início da guerra. Os bombardeios de tanques e aviões não pararam. Tive que me reunir com meus filhos e minhas irmãs que vieram se abrigar comigo em um lugar e orar por nossas vidas enquanto a casa continuava tremendo", disse Um Mohammad, 53 anos, mãe de seis filhos, que mora a 700 metros de Zeitoun, à Reuters.
O tenente-coronel Avichay Adraee, porta-voz das FDI em língua árabe, publicou uma lista das zonas que precisam ser evacuadas junto ao anúncio.
"Você está em uma zona de combate perigosa", alertou Adraee, acrescentando que as FDI "trabalharão com extrema força contra a infraestrutura terrorista e os elementos subversivos" na região.
Os novos bombardeamentos no norte de Gaza ocorrem quase quatro meses depois de o Exército israelense ter anunciado que estava a retirar as suas tropas desta área, dizendo que o Hamas já não controlava essa região específica.
Durante a noite de ontem (22) para hoje (23), os tanques fizeram uma nova incursão a leste de Beit Hanoun, no extremo norte da Faixa de Gaza, embora não tenham penetrado muito na cidade, disseram moradores à Reuters. Os tiros atingiram algumas escolas, causando pânico entre os residentes deslocados que ali se abrigavam.
No Hospital Nasser, a principal unidade de saúde do sul de Gaza, as autoridades recuperaram no último dia mais 35 corpos do que dizem ser uma das pelo menos três valas comuns encontradas no local, elevando o total encontrado para 310 na semana passada.
Os palestinos dizem que as tropas israelenses enterraram cadáveres lá com escavadeiras para encobrir crimes.
Os militares israelenses disseram que suas tropas desenterraram alguns corpos no local e os enterraram novamente após testes para garantir que não houvesse reféns entre eles.
Tel Aviv diz que está tentando erradicar o Hamas, que controla o enclave, após um ataque do grupo militante em 7 de outubro, que matou cerca de 1,1 mil pessoas e fez 250 reféns, segundo os registros israelenses.
As autoridades de Saúde palestinas dizem que mais de 34 mil pessoas foram confirmadas como mortas na guerra de sete meses, com milhares de corpos ainda não recuperados.