"Como parte das discussões em curso do governo dos EUA com o Comitê Nacional de Defesa Interna, a embaixadora dos EUA no Níger, Kathleen Fitzgibbon, e o major-general Ken Ekman, do Comando dos EUA na África, vão se reunir com o comitê em Niamey [capital do Níger], no dia 25 de abril, para iniciar discussões sobre uma retirada ordenada e responsável das tropas dos EUA do Níger", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller.
Miller anunciou ainda reuniões adicionais no dia 29 de abril com colegas do Níger "a fim de coordenar o processo de retirada das tropas americanas com base nos princípios da transparência e respeito mútuo".
O porta-voz acrescentou que o vice-secretário de Estado dos EUA, Kurt Campbell, viajará para Niamey nos próximos meses "para discutir a colaboração contínua em áreas de interesse comum", e reafirmou o apoio de Washington "ao povo nigerino no combate ao terrorismo, desenvolver a economia do país e fazer a transição para um regime democrático".
O Departamento de Estado já havia se pronunciado, no âmbito das discussões em curso desde 2023, que os EUA não conseguiram chegar a um acordo com as novas autoridades do Níger sobre a continuação da cooperação em segurança que tivesse em conta os interesses de ambas as partes.
A junta militar que governa o Níger desde o golpe de 26 de julho de 2023 rescindiu, em meados de março, o acordo que permitia a permanência de militares americanos no país.
Atualmente, o Níger abriga mais de 1,1 mil soldados e pessoal de apoio dos EUA. Sua presença na faixa do Sahel-Saara, principalmente no aeródromo de Agadez, permitiu que drones dos EUA decolassem e implantassem sua rede de vigilância até a Líbia.
Outros países da África também pedem saída dos militares norte-americanos
Em carta enviada na última sexta-feira (19), o Chade apelou aos Estados Unidos para retirarem suas tropas de uma base militar. Assinado por Amine Ahmed Idriss, o texto prevê "alertar os norte-americanos de que tomamos a decisão de parar a sua atividade".
O documento mencionou especificamente a Força-Tarefa de Operações Especiais dos EUA na base, um importante centro para as Forças de Operações Especiais dos EUA na região. O número exato de soldados estadunidenses não é claro, mas uma autoridade disse que há menos de 100 soldados no país, segundo relata a CNN.
Os governantes militares do Mali e de Burkina Faso, que tomaram o poder nos últimos três anos, também cortaram os laços de segurança com os seus antigos aliados no Ocidente.