Panorama internacional

BRICS deve pensar na viabilidade de novo alargamento, diz África do Sul

A ministra das Relações Exteriores e Cooperação sul-africana discutiu a situação em torno do BRICS e de Israel, referindo as semelhanças entre o apartheid da África do Sul e a atual política de Tel Aviv.
Sputnik
Os países do BRICS devem considerar cuidadosamente a expansão do grupo, que não foi criado inicialmente como uma instituição formal, disse a ministra das Relações Exteriores e Cooperação da África do Sul, em uma entrevista divulgada na quarta-feira (24).

"Existe um grande nível de interesse [de outros países em participar]. Mas acho que não fomos planejados para ser uma instituição. É algo que precisamos pensar com muito cuidado porque, se ficarmos grandes demais, todo tipo de demanda pode ser feita a você para adotar posição que talvez não seja a que você quer", disse Naledi Pandor em declarações à Folha de São Paulo.

"Acho que precisamos ter um ambiente que possa ser administrado de forma efetiva. Estamos cuidando dos interesses do BRICS de forma muito cuidadosa, porque não queremos que ele perca sua essência", disse ela ao jornal.
Além disso, Pandor destacou uma das vantagens do BRICS, ressaltando que ele dá a "oportunidade de, estando perto, falar sobre os temas difíceis com o objetivo de resolvê-los juntos".
Mundioka
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A ministra sul-africana também destacou que a decisão da Argentina, liderada pelo presidente Javier Milei, de não se juntar ao BRICS, não surpreendeu os participantes do formato. Segundo ela, em Buenos Aires "nos indicaram que tinham prioridades bastante diferentes das do governo anterior".
Naledi Pandor ainda condenou a política de Israel contra a Faixa de Gaza, traçando paralelos com o passado do país africano.
"Está claro que há muitas semelhanças com a forma como as pessoas negras foram tratadas na África do Sul durante o apartheid. É por isso que hoje muitas pessoas falam de um apartheid em Israel. A prática de separação e confinamento de um grupo de pessoas a um território específico; a exigência de autorizações, de não poder mover-se entre uma área e outra sem se submeter a controles de identificação por forças de segurança", sublinhou.
"Quando você olha para a natureza da resposta [de Israel a Hamas, que em 7 de outubro de 2023 matou mais de 1.000 cidadãos israelenses em seu território], ela tem sido muito além do ataque cometido pelo Hamas", mencionou ela. Atualmente, conta-se um total de mais de 30.000 palestinos mortos após a resposta militar israelense.
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