A proposta apresentada aos acionistas durante a assembleia desta quinta-feira é idêntica à anteriormente rejeitada pelo governo em março, o que desencadeou uma crise de confiança em torno da companhia. Essa proposta contempla a distribuição de 50% do lucro excedente, totalizando R$ 43 bilhões referentes ao ano de 2024.
O mercado já antecipava a aprovação da distribuição dos 50% adicionais de dividendos ao longo do ano, dado o impacto significativo desses recursos no esforço fiscal do governo.
"O governo é um dos principais beneficiários desses dividendos. Este fato é relevante considerando a recente mudança na meta fiscal para 2025, visando um déficit zero e a possível utilidade desses dividendos da Petrobras para ajudar atingir esse objetivo", destacou Alexandre Pletes, chefe de renda variável da Faz Capital.
A assembleia aprovou ainda, com 81,08% dos votos, a prestação de conta dos administradores, o relatório da administração e as demonstrações financeiras de 2024. Os acionistas ainda elegerão o novo conselho administrativo da estatal.
Desde o fim de março, a Petrobras enfrenta uma grande turbulência política por conta de atritos entre o presidente da companhia brasileira, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Lula chegou a convocar reuniões de emergência e Prates chegou a ver o cargo ameaçado.
Apesar da determinação do governo de que representantes no conselho votassem contra o pagamento de dividendos extraordinários, Prates se absteve, gerando mal-estar no Palácio do Planalto. No dia seguinte à decisão de represar o pagamento, a empresa perdeu cerca de R$ 53 bilhões em valor de mercado.
Presidente do Conselho de Administração da Petrobras é reeleito
Também nesta quinta-feira (25), o atual presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Pietro Mendes, foi reeleito para novo mandato de dois anos, durante a assembleia geral ordinária dos acionistas da companhia.
Secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Mendes foi indicado pelo ministro Alexandre Silveira. A assembleia também votou pela manutenção no Conselho de Administração da Petrobras outros quatro integrantes indicados pelo governo: o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates; o secretário especial de Análise Governamental da Casa Civil, Bruno Moretti; o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Vitor Saback; e o advogado Renato Galuppo.