Os soldados russos libertaram a maior parte do assentamento rural de Ocheretino em meio a relatos conflitantes que demonstram a confusão e a disfuncionalidade que se instalam cada vez mais nas Forças Armadas ucranianas. De acordo com a matéria do Business Insider, Nikolai Melnik, comandante da 47ª Brigada Mecanizada de Kiev, afirmou que o avanço da Rússia ocorreu devido a um erro cometido durante a rotação das tropas ucranianas no assentamento, deixando-o desprotegido.
A brigada de Melnik estava programada para ser substituída por outra, mas a 47ª recuou antes que sua substituta realmente chegasse. A lacuna na cobertura permitiu à Rússia entrar praticamente sem oposição, segundo o relato.
Se for verdade, este é o indicativo da estratégia da Rússia nos últimos meses, à medida que Moscou é capaz de esmagar lentamente as forças ucranianas, tirando partido dos erros e da fragilidade das linhas inimigas, à medida que o Exército mal equipado de Kiev se aproxima do colapso. Melnik afirmou que a sua brigada estava a um mês de servir durante um ano inteiro sem rotação, sublinhando a tensão enfrentada pelas forças devido à falta de pessoal.
Mas Vadim Cherny, chefe da brigada que devia substituir a 47ª, afirmou que o relato era falso, sugerindo que ainda há confusão sobre o que realmente aconteceu.
As tropas ucranianas têm sofrido grandes problemas na coesão e na disciplina, com divisões inteiras se recusando a aceitar ordens do recém-nomeado comandante-chefe, Aleksandr Syrsky. O anterior comandante das Forças Armadas, Valery Zaluzhny, era visto de forma mais favorável pelos militares do país, mas Zaluzhny foi substituído por ser visto como uma ameaça política ao presidente ucraniano Vladimir Zelensky.
Zaluzhny foi supostamente designado embaixador do país no Reino Unido, embora o paradeiro atual do ex-comandante permaneça um mistério.
O colapso das Forças Armadas de Kiev foi demonstrado de forma dramática em fevereiro, quando as tropas ucranianas em Avdeevka fugiram subitamente em massa de suas posições sob pressão russa. Ocorreu uma desintegração completa do comando militar quando as tropas abandonaram espontaneamente as suas posições, permitindo à Rússia libertar a cidade-chave.
Relatos recentes sugerem relações particularmente turbulentas entre contingentes extremistas dentro do Exército ucraniano, muitos dos quais alegadamente rejeitam a liderança do novo comandante-chefe, Aleksandr Syrsky. Recentemente, a 67ª Brigada Mecanizada da Ucrânia foi desmembrada pelo Ministério da Defesa do país, no meio de disputas entre comandantes neonazistas enquanto tentavam controlar a cidade de Chasov Yar.
Existe uma presença significativa da extrema-direita nas Forças Armadas da Ucrânia, com o Batalhão neonazista Azov (proibido na Rússia como organização terrorista) sendo talvez o agrupamento mais notório. Fotografias de soldados ucranianos ostentando tatuagens nazistas surgiram repetidamente online, causando constrangimento significativo para o país e suas tropas.
Acredita-se que as forças russas pretendem chegar a Chasov Yar para desfrutar de uma posição de comando em meio aos centros operacionais ucranianos na região, em seu caminho para libertar completamente a República Popular de Donetsk.