No ano passado, montanhas de lixo foram formadas na capital francesa por conta da paralisação em protesto contra a reforma previdenciária proposta pelo governo do presidente Emmanuel Macron.
"O mesmo pode acontecer este ano durante os Jogos Olímpicos caso as negociações sobre bônus não tenham resultado", advertiu a representante da CGT, Céline Verzeletti.
O documento foi encaminhado às autoridades no início de abril e divulgado nesta terça-feira (30). Conforme a publicação francesa, a greve pode afetar "a imagem de Paris aos olhos do mundo inteiro". As Olimpíadas de Paris estão previstas para acontecer entre 26 de julho e 11 de agosto.
Em um programa na rádio francesa RMC, o coordenador nacional do trabalho no setor de coleta de lixo, Denis Ferrandino, chegou a declarar que "é difícil imaginar como os Jogos Olímpicos ocorreriam em meio a calçadas cobertas de lixo".
O dirigente também não descartou uma greve do setor durante a chegada da Chama Olímpica em Marselha nesta semana.
Este mês, os funcionários da coleta de lixo em Marselha declararam greve por tempo indeterminado. O grupo encaminhou uma declaração ao representante da metrópole Aix-Marseille-Provence, Martine Vassal, e exigiu o reconhecimento das dificuldades da profissão, além de reajuste nos salários e benefícios.
Em 2023, no contexto dos protestos contra a reforma da previdência, os garis em Paris permaneceram em greve por várias semanas.
A greve dos coletores de lixo de Paris levou ao acúmulo de mais de 10 mil toneladas de resíduos nas ruas da cidade em poucas semanas. Montagens começaram a circular nas redes sociais com imagens de Macron ao lado de montanhas de lixo, e a hashtag "MacronLixo" se tornou uma das principais tendências no X (antigo Twitter) francês.