A embarcação USCG Cutter James pertence à Guarda Costeira do Exército norte-americano, e na véspera esteve na Argentina, quando foi recebido pelo presidente Javier Milei.
Conforme o senador Eduardo Brenta, o episódio é muito grave e houve "imperícia" na atuação de ambos os ministérios uruguaios. No país, a legislação prevê que cabe ao Congresso a prerrogativa de autorizar ou não a entrada de militares estrangeiros.
"Devido a um erro de procedimento e à impossibilidade material de completar o processo legislativo correspondente, foi cancelada qualquer atividade de caráter militar que este navio pudesse realizar em coordenação com as Forças Armadas, de modo que sua permanência terá uma função protocolar, assim como o reabastecimento normal de combustível e reaprovisionamento", explicou o Ministério da Defesa em nota enviada ao Poder Legislativo.
Os militares a bordo do navio têm como objetivo desenvolver parcerias e aumentar a interoperabilidade dos EUA com as nações sul-americanas para combater a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (INDNR), informou a Embaixada dos EUA em seu site. Em 2021 e 2023, o Cutter Stone visitou Montevidéu em missões semelhantes.
A embarcação dos EUA é uma das maiores e mais avançadas da frota da Guarda Costeira, segundo a Embaixada norte-americana na Argentina. A tripulação embarcada é de 150 mulheres e homens, especializados no combate ao tráfico de drogas e à pesca ilegal.
O navio da Guarda Costeira, com base em Portsmouth, Virgínia, opera sob o comando da Área Atlântica da Guarda Costeira dos EUA.
Investimento de US$ 40 milhões na Argentina
Em aproximação com a Argentina desde o início do governo Milei, os Estados Unidos anunciaram neste mês que concederão ao país um subsídio de US$ 40 milhões (R$ 209,7 milhões) do fundo de Financiamento Militar Estrangeiro (FMF, na sigla em inglês) para modernizar a defesa do país sul-americano.
O país ainda realizou uma inspeção em abril na base espacial chinesa, localizada em Neuquén, na Patagônia argentina, após a pressão militar dos EUA. Pequim e Washington disputam a região e há interesse norte-americano na construção de um porto na cidade de Rio Grande, na província da Terra do Fogo, no extremo sul da Argentina.