A Embraer está explorando opções para um novo modelo que desafie o duopólio de grandes jatos que dominou a indústria por quase três décadas, com intuito de produzir um jato de fuselagem estreita e "competir de frente" com as famílias mais vendidas: Boeing 737 MAX e Airbus A320neo, disse o jornal norte-americano.
Avaliações internas realizadas pela empresa brasileira determinaram que a mesma possui o conhecimento tecnológico suficiente e o poder de fabricação para desenvolver uma aeronave de fuselagem estreita de próxima geração, a primeira nesse segmento de mercado, segundo pessoas familiarizadas com o planejamento da empresa, ouvidas pela mídia.
No entanto, nesta quarta-feira mais tarde, a fabricante brasileira minimizou a notícia de que está estudando um novo jato, dizendo que não tem planos para um grande ciclo de gastos.
"A Embraer certamente tem capacidade para desenvolver uma nova aeronave de fuselagem estreita. No entanto, temos um portfólio jovem e de muito sucesso de produtos desenvolvidos nos últimos anos, e estamos realmente focados em vender esses produtos e tornar a Embraer maior e mais forte. Não temos nenhum plano para um ciclo considerável de investimentos neste momento", disse um porta-voz da Embraer, citado pela Reuters.
A Embraer compete no mercado regional com sua família E2 para 90 a 120 passageiros, abaixo do mercado central de mais de 150 assentos do duopólio, no qual a China entrou recentemente com seu C919.
Seu principal concorrente é o A220 de 110 a 130 assentos, que a Airbus comprou em 2018, depois que a canadense Bombardier abandonou os planos de competir no segmento inferior do mercado de jatos.
O WSJ informou que os planos da Embraer ainda são embrionários, mas incluem uma avaliação da carga útil potencial e do alcance.
A Embraer esteve durante anos ligada aos planos de desenvolvimento futuro da Boeing e estrategistas da indústria dizem que uma vez planejou desenvolver um par de aviões pequenos, enquanto a Boeing se concentrou em um trio de jatos compatíveis para substituir a família maior 737.
Em 2018, a Embraer concordou em vender seu braço aeroespacial comercial para a Boeing, mas o negócio fracassou em 2020, deixando a Embraer sem parceiro.
Desde então, a empresa prometeu permanecer independente, embora o governo anterior do Brasil tenha sugerido a China como potencial parceiro. Fontes da indústria também citaram a Índia como candidata.