"Declaro estado de exceção nas províncias de El Oro, Guayas, Los Ríos, Manabí e Santa Elena, no marco da persistência do conflito armado interno", afirma o decreto publicado no site oficial da presidência do Equador.
A medida vale por 60 dias e responde ao aumento das hostilidades, bem como à necessidade de realizar operações de combate tático contra grupos armados organizados nas cinco províncias citadas no texto oficial.
Ao abrigo da nova disposição, o direito à inviolabilidade de domicílio fica suspenso nas províncias afetadas pela medida, podendo ser efetuadas inspeções e buscas pelas Forças Armadas e pela Polícia Nacional.
A declaração, em janeiro deste ano, de um "conflito armado interno", permitiu ao governo estabelecer uma lista de cerca de 20 organizações criminosas que operam no Equador e classificá-las como "terroristas e atores beligerantes não estatais".
As gangues identificadas foram: Águilas, ÁguilasKiller, Ak47, Caballeros Oscuros, ChoneKiller, Choneros, Covicheros, Cuartel de las Feas, Cubanos, Fatales, Gánster, Kater Piler, Lagartos, Latin Kings, Lobos, Los p.27, Los Tiburones, Mafia 18, Máfia Trébol, Patrones, R7 e Tiguerones.
Neste contexto, foram registrados acontecimentos violentos nas ruas com explosões, incêndio de carros e o assassinato de pelo menos dois policiais, enquanto nas prisões ocorreram tumultos de presos que se recusaram a ser transferidos para outras prisões, bem como a retenção de cerca de 200 guias penitenciários e administrativos, posteriormente liberados.
A situação de insegurança se agravou após relatos da fuga da Penitenciária do Litoral, localizada no sudoeste do país, do líder da quadrilha criminosa Los Choneros, Adolfo Macías, vulgo Fito, que cumpria pena de 34 anos por crimes de assassinato e tráfico de drogas, ligados a um cartel de drogas mexicano, que atualmente ainda está foragido.
No dia 21 de abril, os equatorianos aprovaram nas urnas as propostas de segurança do governo, entre elas que as Forças Armadas complementem o trabalho da Polícia Nacional no enfrentamento à violência e à insegurança que afetam o país.
Em 2023, o Equador tornou-se um dos três países mais violentos da região, com mais de 7,5 mil mortes intencionais, elevando a taxa de homicídios para mais de 40 por 100 mil habitantes.