Independentes e afiliadas a sindicatos participaram da passeata contrária às reformas do atual chefe de Estado.
"Continuaremos marchando até que nos ouçam". A frase de Ramiro Hernández, metalúrgico de 35 anos, resume a mensagem do sindicalismo. Em meio a um clima econômico aquecido baseado na queda drástica dos salários reais – e após a aprovação da reforma laboral do Governo –, o 1º de Maio não foi apenas "mais um dia" na agenda dos trabalhadores.
A reforma trabalhista do Executivo argentino aumenta o período de experiência para novos funcionários de três para seis meses e até um ano; além de impor multas para empresas com trabalhadores não registrados para incentivar sua formalização e propõe a implementação de um fundo para substituir o atual sistema de indenização.
Ramiro trabalha em uma fábrica há 15 anos. Embora reconheça que o seu rendimento tem diminuído nos últimos três anos, o último trimestre, segundo ele, foi mais complicado: "Agora tenho colegas que têm medo de perder o emprego por causa da recessão. Há advogados e especialistas que nos alertaram sobre o que poderia vir".
Lei aprovada
Após rejeição em fevereiro, para garantir a aprovação da "Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos" (que ficou conhecida também como Lei Omnibus), o governo reduziu o número de propostas de mais de 600 para 250 e colocou cada capítulo para votação individual.
As votações tiveram início na noite de segunda-feira (29) e seguiram até a manhã de terça (30). Os termos ainda precisam ser aprovados no Senado para poderem ser sancionados pelo presidente, Javier Milei.