O porta-voz da presidência palestina, Nabil Abu Rudeineh, culpou os Estados Unidos pela insistência do governo israelense em lançar uma ofensiva contra a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, apesar dos apelos internacionais contra a operação. A informação foi veiculada pela agência turca Anadolu.
Na terça-feira (30), Netanyahu prometeu uma ofensiva terrestre contra Rafah, onde estão abrigados cerca de 1,4 milhão de palestinos deslocados pela ofensiva israelense no enclave. A cidade é a última área remancescente da Faixa de Gaza onde Israel ainda não anunciou formalmente a entrada terrestre de suas tropas.
Segundo Rudeineh, o apoio de Washington é um elemento decisivo para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, avançar com os planos de invasão à cidade de Rafah.
"Sem o apoio dos Estados Unidos, Benjamin Netanyahu não se atreveria a desafiar as leis internacionais, insistindo em prosseguir com o genocídio contra o povo palestino", disse o porta-voz em um comunicado.
Rudeineh acrescentou que qualquer invasão israelense à cidade de Rafah teria "consequências extremamente graves para toda a região e para o mundo".
As declarações de Rudeineh vem na esteira de apelos internacionais contra a realização da ofensiva e de pedidos por investigações sobre a descoberta de valas comuns no interior de hospitais dentro do enclave.
No sábado (20), foram descobertos 180 corpos enterrados em uma vala comum no hospital de Khan Younis. Também foi encontrada uma vala comum no hospital de Al-Shifa, no norte do enclave. Entre os cadáveres, havia mulheres, idosos e crianças. Segundo a defesa civil palestina, os corpos tinham sinais de execução.
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu uma investigação sobre as valas comuns. Nesta quarta-feira, o representante permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, pediu uma investigação internacional independente sobre a descoberta das valas comuns em Gaza.
"É necessária uma investigação internacional independente para levar os criminosos à justiça", disse Nebenzya em uma sessão da Assembleia Geral da ONU.