A Rússia solicitou nesta quinta-feira (2) aos parceiros globais que se abstenham de participar da conferência de paz sobre a Ucrânia, que ocorrerá em meados de junho, na Suíça, segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores do país.
"Convidamos nossos parceiros […] a ficarem atentos e a se absterem de participar desses fóruns para não serem arrastados para outras provocações antirrussas de Kiev e do Ocidente, cujo objetivo não é alcançar a paz, mas continuar a confrontação com a Rússia", disse a representante oficial da chancelaria russa, Maria Zakharova.
A Suíça já manifestou inclusive o interesse de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participe do encontro. De acordo com o Itamaraty, durante agenda do chanceler Mauro Vieira na Suíça, Berna manifestou sua expectativa de poder contar com o Brasil na conferência.
A cúpula, que vai acontecer entre os dias 15 e 16 de junho, em Lucerna, deve contar com a participação de diversos chefes de Estado, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Mais de 100 países estão sendo convidados para o evento, e antes mesmo de receber o convite oficial, o alto representante da diplomacia brasileira sinalizou que Brasília só aceita participar do debate com a presença da Rússia.
O evento foi um pedido do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, aos membros do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e a países como China e Índia.
Brasil e China, que são parceiros da Rússia no BRICS, já pontuaram que o país deve participar de qualquer iniciativa internacional que debata a paz, já que consideram não ser possível debater o conflito entre dois atores sem a participação de um deles.
Moscou já reiterou inúmeras vezes que não é contra as negociações de paz, mas não vai participar dos debates na Suíça porque não considera Berna um ator neutro. O país da União Europeia aderiu às sanções ocidentais contra a Rússia, o que descredibiliza o seu papel como mediador do conflito.