Meios de comunicação haviam afirmado anteriormente que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não tem atualmente quaisquer planos operacionais para enviar um contingente militar para a Ucrânia, embora a aliança tenha alegadamente estabelecido "as duas linhas vermelhas" para a sua intervenção direta no conflito.
"A França enviou oficialmente as suas primeiras tropas para a Ucrânia", afirmou o antigo vice-subsecretário de Defesa para política dos EUA Stephen Bryen em um artigo publicado pelo Asia Times.
Bryen escreveu ainda que as forças foram mobilizadas "em apoio à 54ª Brigada Mecanizada Independente ucraniana na cidade de Slavyansk".
Os soldados franceses teriam sido oriundos do 3º Regimento de Infantaria, um dos principais componentes da Legião Estrangeira da França. As autoridades francesas ainda não comentaram o assunto.
"Essas tropas estão sendo posicionadas diretamente em uma área de combates intensos e têm como objetivo ajudar os ucranianos a resistir aos avanços russos em Donbass. Os primeiros 100 são especialistas em artilharia e vigilância", argumentou Bryen.
Segundo ele, cerca de 1.500 soldados da Legião Estrangeira francesa devem chegar à Ucrânia em um futuro próximo.
O ex-vice-subsecretário de Defesa dos EUA se questionou "se isso ultrapassa a linha vermelha russa no envolvimento da OTAN na Ucrânia" e se "os russos verão isso como o início de uma guerra mais ampla para além das fronteiras da Ucrânia".
O jornal italiano La Repubblica informou neste domingo (5) que a OTAN — "de uma forma muito confidencial e sem comunicado oficial — estabeleceu pelo menos duas linhas vermelhas, além das quais poderia haver uma intervenção direta da aliança no conflito na Ucrânia". Ao mesmo tempo, a OTAN não planeja enviar imediatamente o seu contingente militar para a Ucrânia, segundo o jornal.
No início desta semana, o presidente francês, Emmanuel Macron, mais uma vez não descartou a possibilidade de a OTAN enviar tropas da Europa para a Ucrânia. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, denunciou a declaração de Macron como "muito perigosa", tendo esta também sido criticada por grupos no Reino Unido, França, Hungria, Itália e Eslováquia.