Depois que os ataques retaliatórios do Irã quase mergulharam a região em uma guerra mais ampla em abril, Moscou manifestou preocupação de que Tel Aviv e Teerã evitassem medidas de contenção, afirmou o chefe do Departamento do Oriente Médio e Norte da África do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Aleksandr Kinschak, à Sputnik.
"O ataque aéreo israelense ao edifício do consulado iraniano em Damasco, no dia 1º de abril, poderia de fato desencadear uma guerra regional mais ampla", disse Kinschak em uma entrevista.
O Irã deu uma resposta "moderada", visando infraestruturas militares selecionadas de Israel em um ataque com drones e mísseis no dia 13 de abril, disse Kinschak. O ataque demonstrou as capacidades militares do Irã sem infligir muitos danos ao seu rival regional.
"Acreditamos que este círculo vicioso, a abordagem 'olho por olho', deve ser abandonado. Esperamos que o confronto militar acabe e que os países envolvidos não permitam que a situação se transforme em um conflito pleno", acrescentou o diplomata.
As tensões entre Israel e o mundo islâmico aumentaram depois que Israel invadiu a Faixa de Gaza em resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro ao Estado judeu.
Kinschak disse que o conflito em Gaza deixou de lado outros acontecimentos na região, incluindo os esforços da Rússia e do Irã para conseguir uma reaproximação entre a Síria e a Turquia.
"Infelizmente, os acontecimentos na Faixa de Gaza e fora dela continuam a afetar negativamente todos os processos na região [...]. Nestas circunstâncias, me absteria de especular sobre a possibilidade de novas reuniões a quatro", disse o diplomata.
Os ministros das Relações Exteriores da Rússia, do Irã, da Síria e da Turquia realizaram a sua primeira reunião quadrilateral em maio de 2023, concordando em elaborar um roteiro para a normalização sírio-turca. Kinschak disse que as partes interessadas vão continuar os seus esforços para normalizar as relações entre os dois vizinhos.