De acordo com os dados do órgão, os impactos das enchentes afetaram diretamente 873 mil pessoas em todo o estado gaúcho, com 149,3 mil desabrigados, sendo 20 mil em abrigos e 129,2 mil desalojados, buscando refúgio nas casas de familiares ou amigos.
A situação se agrava com o fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, até 30 de maio, devido às áreas alagadas no local.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) anunciou também nesta segunda-feira sobre sua interrupção. Todas as operações foram suspensas, conforme informado pela administradora do aeroporto. Os passageiros devem entrar em contato com as respectivas companhias para remarcar ou reembolsar os bilhetes.
Além disso, os aeroportos de Passo Fundo, Caxias do Sul, Pelotas e Santo Ângelo estão operando, mas podem ser impactados pelas condições meteorológicas no estado.
Voluntários têm resgatado moradores isolados e governos federal e estadual se uniram em prol de angariar mais recursos para a situação de calamidade.
As rodovias do estado também enfrentam sérios problemas, com bloqueios em 102 pontos de rodovias estaduais e 61 de rodovias federais, totalizando 163 interrupções no trânsito.
A situação é crítica em relação ao nível do rio Guaíba, que está quase 2,3 metros acima da cota de inundação.
Diante da gravidade da situação, o governo de Eduardo Leite (PSDB) decretou estado de calamidade, medida reconhecida pela gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), possibilitando a solicitação de recursos federais para assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.
Meteorologistas apontam que os temporais que atingem o estado são resultado de diversos fenômenos, agravados pelas mudanças climáticas, destacando a intensificação das correntes de vento, a influência de um corredor de umidade vindo da Amazônia e um bloqueio atmosférico causado por ondas de calor.