De acordo com o funcionário, que falou sob condição de anonimato à Bloomberg, autoridades norte-americanas estão se reunindo com executivos da indústria petrolífera, reguladores e instituições financeiras em Cingapura e na Malásia nesta semana para apoiar os esforços dos EUA que visam aumentar as restrições às exportações de petróleo iraniano e para restringir a capacidade da Rússia.
O responsável disse que Washington expressou preocupação com o fato de a Rússia continuar a fornecer componentes críticos no Sudeste Asiático, no entanto, o Irã tem sido o foco principal.
Segundo o funcionário, os laços iranianos com países como a Malásia e as restrições mais rigorosas a Teerã introduzidas pelos EUA no mês passado aumentaram a preocupação de autoridades norte-americanas.
"Desde o início deste ano, o Tesouro tomou várias ações significativas para combater e interromper o envio ilícito de petróleo iraniano para compradores no Sudeste Asiático, incluindo envios através de transferências entre navios em águas internacionais perto de Cingapura e da Malásia", disse o Departamento do Tesouro em um comunicado do dia 3 de maio.
No fim do mês passado, o jornal Nikkei Asia publicou uma matéria relatando a aproximação comercial entre o Paquistão e o Irã, e como Washington "lançou uma longa sombra sob esse novo impulso", escreveu a mídia, após a visita do presidente iraniano Ebrahim Raisi a Islamabad.
Durante a viagem, os países concordaram em aumentar o valor anual do comércio bilateral para US$ 10 bilhões (R$ 50,5 bilhões) durante os próximos cinco anos, dos atuais US$ 2 bilhões (R$ 10 bilhões).
Uma declaração dos dois também se referiu à criação de mercados fronteiriços conjuntos, zonas econômicas livres e ao trabalho no gasoduto Irã-Paquistão.
Teerã concluiu a sua seção do gasoduto em 2013, mas Islamabad ainda não iniciou a construção do seu segmento, devido aos receios de sanções dos EUA, diz a mídia.
Na verdade, os especialistas acreditam que, apesar da declaração conjunta, é pouco provável que o Paquistão avance no gasoduto ou aumente os volumes comerciais com o Irã devido à pressão estadunidense.
Questionado sobre os esforços de Islamabad para expandir o envolvimento econômico com Teerã, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Vedant Patel, disse à imprensa no dia 23 de abril: "Deixe-me dizer de forma geral que aconselhamos qualquer pessoa que considere negócios com o Irã a estar consciente do risco potencial de sanções", afirmou Patel, citado pela mídia.