"O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do país. Embora pouco mais de 80% da safra tenha sido colhida, ainda não dá para saber se os estoques foram atingidos ou quanto da parcela restante foi perdida. Há incertezas ainda sobre a logística do produto pelas restrições das rodovias. O mesmo acontece com a criação de gado para a produção de leite, que deve ser impactada com a perda de vacas e pasto, além da ingestão, por esses animais, de água sem qualidade, em razão das condições atuais do local", pontua nota da entidade enviada à Sputnik Brasil.
Como é a pecuária no Rio Grande do Sul?
"Em tragédias como a enfrentada pelo Rio Grande do Sul, nos preocupa que os animais na pecuária sejam vistos apenas como um prejuízo comercial, e não como milhares de vidas em sofrimento. Esses animais também sentem medo, fome e a escala do impacto é assustadora. Algumas das regiões mais impactadas são grandes produtoras agropecuárias, como o Vale do Taquari, que abate quase 2 milhões de porcos por ano. Só na cidade de Nova Bréscia são quase 2 mil frangos por habitante", aponta Cristina Diniz, diretora da ONG Sinergia Animal no Brasil, em nota enviada à Sputnik Brasil.
"A pecuária industrial opera em grande escala. Mesmo um ou poucos dias sem abates podem criar um efeito dominó com consequências terríveis para o bem-estar dos animais, que já vivem em condições intensas. É um modelo insustentável. O volume de animais que aguarda processamento pode sobrecarregar rapidamente a capacidade limitada das instalações onde são criados, podendo levar à superlotação, ao aumento dos níveis de estresse e do risco de lesões ou, mesmo, de transmissão de doenças", explica a bióloga especialista em bem-estar animal, Patricia Tatemoto, à Sputnik Brasil.
Como está a situação do aeroporto de Porto Alegre?
"Para o turismo haverá, sem dúvidas, grande efeito: o Aeroporto Internacional Salgado Filho ficará fechado até o fim deste mês, com o cancelamento de voos até que as operações sejam restabelecidas. O aeroporto é responsável por 3% da movimentação de passageiros pelo Brasil. No mês de maio do ano passado circularam, por ele, 540 mil pessoas", explica.
Desastre em Brumadinho fez PIB cair 0,2%
"Para se ter ideia da dimensão desse evento, a tragédia de Brumadinho, menor e mais localizada, provocou uma queda de 0,2% no PIB em 2019 — mais de R$ 20 bilhões em valores atuais. No Rio Grande do Sul, é muito provável, infelizmente, que os danos causados tenham impacto ainda maior para o PIB nacional. Isso, sem falar, é claro, dos efeitos significativos para a economia e a população locais", conclui.