Só nos cerca de 400 abrigos do estado, são quase 69 mil pessoas que tiveram que deixar suas casas. As chuvas já afetaram quase 1,8 milhão de gaúchos em 431 municípios, mais de 85% do estado.
Pelo menos 107 indivíduos morreram no estado, outros 143 seguem desaparecidos e 754 foram resgatados feridos.
Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ainda há expectativa de mais chuvas fortes a partir desta sexta-feira (10), com expectativas de volumes de até 100 milímetros. Já o nível do rio Guaíba, em Porto Alegre, ficou abaixo dos cinco metros pela primeira vez desde sábado (4).
Governo anuncia R$ 50 bilhões para o Rio Grande do Sul
O governo federal anunciou o envio de R$ 50 bilhões ao Rio Grande do Sul. A medida do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "garante crédito subsidiado e aportes do governo federal para apoio às vítimas das enchentes e reconstrução do estado", pontuou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom).
Nesta primeira fase, o governo federal vai priorizar o socorro a famílias, empresas e produtores rurais, e a estruturação emergencial de obras prioritárias. As medidas serão encaminhadas ao Congresso à tarde em forma de medida provisória.
Na próxima semana está previsto que o governo faça o anúncio de medidas voltadas especificamente ao estado e aos municípios gaúchos, entre elas medidas voltadas à dívida pública com a União, que está na casa dos R$ 90 bilhões.
Onda de violência em meio à tragédia
Em meio à maior calamidade já registrada na história do Rio Grande do Sul, uma onda de violência também tomou conta do estado. Diante disso, pelo menos 47 pessoas já foram presas suspeitas de crimes como saques e roubos. Desse total, seis foram detidos suspeitos de cometerem abuso sexual.
O governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), disse que os abusos ocorreram em abrigos que recebem os desabrigados pelas chuvas — são quase 68 mil pessoas em cerca de 400 unidades. "Lamentavelmente, envolvem familiares das crianças. O que sinaliza a possibilidade desses abusos acontecerem já anteriormente, e que a situação nos abrigos, na verdade, escancarou, revelou isso, dando inclusive a oportunidade do Poder Público agir", explicou Leite.
Uma das ações que podem ser realizadas pelo estado é abrir novos abrigos exclusivos para mulheres, crianças e jovens, uma ação considerada prioritária.