O comunicado — divulgado pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), a Federação das Cooperativas de Arroz do Rio Grande do Sul (Fearroz), o Sindicato da Indústria de Arroz de Pelotas (Sindapel) e o Sindicato da Indústria do Arroz no Estado do Rio Grande do Sul (Sindarroz) — destaca que não há risco iminente de desabastecimento do produto no mercado consumidor.
O Rio Grande do Sul é responsável por mais de 70% da produção no Brasil. As chuvas torrenciais que atingiram o estado e que mataram, ao menos, 133 pessoas levantaram preocupações sobre a disponibilidade do cereal.
No entanto, segundo dados oficiais, 84% da área cultivada foi colhida antes do início das chuvas, o que representa uma redução de cerca de 1,24% em relação à safra anterior, com projeção de aproximadamente 7.150 mil toneladas para a safra de 2023–2024.
Apesar das perdas de produtores afetados pelas enchentes, as entidades asseguram que qualquer diminuição na disponibilidade de arroz será compensada pelo incremento da importação, anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ou pela perda de competitividade do produto brasileiro no mercado externo.
Além disso, enfatizam que as dificuldades de escoamento da produção, devido à interdição de estradas, serão superadas com o empenho nacional e a reorganização das cadeias produtivas.
A nota reforçou o compromisso dos produtores rurais, de cooperativas e indústrias ao garantir a segurança alimentar do Brasil, destacando que a catástrofe climática no Rio Grande do Sul não representa ameaça ao abastecimento de arroz no país.
Situação no Rio Grande do Sul
Desde 2019, quando assumiu o primeiro mandato como governador do Rio Grande do Sul, a gestão de Eduardo Leite (PSDB) tem tomado medidas contra o Código Ambiental. Seu projeto retirou ou alterou 480 pontos da lei ambiental do estado.
A criação do código levou nove anos e contou com a ajuda de José Lutzenberger, uma das principais referências em ecologia no Brasil.
Nos próximos dias, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) afirmou que, já nesta sexta-feira (10), o Rio Grande do Sul voltará a ser atingido por chuvas fortes. Segundo o órgão, os volumes podem passar dos 100 milímetros.
Em meio à maior calamidade já registrada na história do Rio Grande do Sul, uma onda de violência também tomou conta do estado: ao menos 47 pessoas já foram presas por suspeita de crimes, principalmente, saques e roubos. Desse total, seis foram detidas, havendo suspeita de terem cometido abuso sexual.