O chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA, na sigla em inglês) rejeitou a alegação de Israel de ter criado zonas seguras em Gaza, classificando-as como "falsas e enganosas".
Philippe Lazzarini destacou a situação perigosa enfrentada pelos civis em meio a ataques implacáveis e a ausência de refúgios seguros em meio a ataques indiscriminados e fogo de artilharia.
"A alegação de 'zonas seguras' é falsa e enganosa. Nenhum lugar é seguro em Gaza. Ponto final", declarou Lazzarini.
Dezenas de milhares de palestinos foram obrigados a se mudar para uma área humanitária expandida em Al-Mawasi, marcada por condições de vida terríveis, de acordo com funcionários humanitários.
"As autoridades israelenses continuam emitindo ordens de deslocamento forçado, também conhecidas como 'ordens de evacuação', forçando as pessoas em Rafah a fugir para qualquer lugar e em qualquer lugar", ao mesmo tempo que as operações militares israelenses continuam, disse o chefe da UNRWA.
Lazzarini destacou o movimento recorrente dos habitantes de Gaza em busca de segurança, com muitos obrigados a buscar abrigo nas instalações da UNRWA, que também foram alvo de ataques aéreos israelenses.
A agência da ONU relatou um êxodo significativo de Rafah, estimando que 150.000 pessoas fugiram na última semana, exacerbando uma situação humanitária já terrível.
Em 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou um ataque com foguetes em grande escala contra Israel e rompeu a fronteira da Faixa de Gaza, atacando bairros civis e bases militares. Quase 1.200 pessoas em Israel foram mortas e cerca de 240 sequestradas durante o ataque.
Israel lançou ataques retaliatórios, ordenou um bloqueio total de Gaza e iniciou uma incursão terrestre no enclave palestino com o objetivo declarado de eliminar os combatentes do Hamas e resgatar os reféns. Mais de 35 mil pessoas foram mortas até agora por ataques israelenses na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais. Acredita-se que mais de 100 reféns ainda estejam detidos pelo Hamas em Gaza.