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'Peça para museu': bombardeiros furtivos B-2 são desatualizados em todos os aspectos, diz militar

Os EUA descomissionaram a segunda aeronave B-2 Spirit desde 2008, reduzindo sua frota de bombardeiros furtivos para 19. Que sinal envia essa decisão sobre as capacidades da Força Aérea dos EUA?
Sputnik
A Força Aérea dos EUA anunciou que não vai reparar o bombardeiro furtivo Northrop Grumman B-2 Spirit danificado em um acidente na base aérea de Whiteman, Missouri.
Esse é o segundo avião deste tipo a ser perdido pelo Pentágono depois que outro B-2 sofreu um grave acidente na base aérea de Andersen, em Guam, em 2008. Além disso, esses bombardeiros têm repetidamente sofrido contratempos, suscitando questões sobre a sua operabilidade e manutenção.
"O acidente anterior de setembro de 2021 e o recente foram descritos como 'mau funcionamento em voo durante operações de rotina' e exigiram um pouso imediato. A fuselagem foi projetada na década de 1980 e implantada pela primeira vez em 1997, e o B-2 estava programado para ser descomissionado em 2030. Pode ter sido simplesmente uma degradação mecânica e de software", disse à Sputnik a ex-oficial da Força Aérea dos Estados Unidos e ex-analista sênior do Departamento de Defesa dos EUA, Karen Kwiatkowski.
O B-2A Spirit foi projetado para transportar furtivamente tanto munições convencionais como nucleares no território inimigo. O referido avião de guerra é um dos sistemas de armas mais caros dos EUA com um preço de cerca de US$ 4 bilhões (R$ 20,5 bilhões) por unidade, de acordo com algumas estimativas.
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"A lógica do Pentágono e do Congresso foi que originalmente buscando [produzir] 200 unidades B-2 [produção atual é de 20 unidades mais o protótipo] por US$ 4 bilhões cada [em 2023] se relaciona com a ideologia, bem como a competição entre a Força Aérea e a Marinha para significância na tríade de defesa nuclear [bombardeiros estratégicos, ICBM terrestres e mísseis balísticos lançados por submarinos]", explicou o ex-analista do Pentágono.
Além disso, o conceito de bombardeiros tripulados parece não ser mais relevante, observou a analista, referindo-se à ideia moderna de aeronaves completamente dependentes de computador que não precisam de pilotos reais ou de qualquer valor agregado de suas decisões de combate. Diante disso, o B-2 também está conceitualmente desatualizado, de acordo com a interlocutora da Sputnik.

Kwiatkowski é altamente cética sobre o futuro do B-2. Ela presumiu que seria "uma boa aeronave de sacrifício para entregar a carga útil e, em seguida, colidir em uma instalação ou alvo" ou um avião para "vigilância doméstica e ataques em caso de um conflito civil".

Alternativamente, "é uma peça atraente de museu também, com o seu design de 'asa voadora', e os EUA manterão vários B-2 no famoso 'cemitério do Arizona'", conclui a tenente-coronel aposentada.
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