A Pretória instou o tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) a ordenar a suspensão da ofensiva de Israel em Rafah, dizendo que os ataques à cidade no sul da Faixa de Gaza "devem ser interrompidos" para garantir a sobrevivência do povo palestino.
"Israel deve ser detido. A África do Sul está hoje novamente perante vós para pedir respeitosamente ao tribunal que invoque os seus poderes […] para ordenar uma solução que detenha Israel", afirmou Adila Hassim, advogada do governo sul-africano, citada pela Reuters.
A capital da África do Sul também pediu ao tribunal que ordene a Tel Aviv que permita o acesso desimpedido a Gaza a funcionários da ONU, organizações que fornecem ajuda humanitária, jornalistas e investigadores.
"Desde o início, a intenção de Israel sempre foi destruir a vida palestina e eliminá-la da face da terra. Rafah é a resistência final", declarou Tembeka Ngcukaitobi, outro membro da equipe jurídica sul-africana.
Os dois dias de audiências na CIJ fazem parte de um caso movido no começo do ano pela Pretória, que alega que o Estado judeu está "praticando genocídio" no enclave palestino.
Israel, que classificou a alegação da África do Sul de que está violando a Convenção do Genocídio de 1949 como infundada, responderá ao pedido sul-africano ao tribunal hoje (16) na sexta-feira (17), relata a mídia britânica.
Também nesta quinta-feira (16), a Espanha recusou a permissão para que o navio Marianne Danica, com armas com destino a Israel, fizesse escala no porto de Cartagena, no sudeste do país, disse o ministro dos Transportes, Oscar Puente.
O navio transporta uma carga de armas para Tel Aviv e solicitou permissão para escalar em 21 de maio. Ele carrega quase 26,8 toneladas de material explosivo de Madras, na Índia, para o porto de Haifa, em Israel, segundo o El País.
O remetente da mercadoria é a empresa indiana Siddhartha Logistics, e o destinatário é a empresa Israel Cargo Logistics, relatou a mídia.
Pelo menos 35.272 palestinos foram mortos no ataque de Israel à Faixa de Gaza, que já dura sete meses, disseram autoridades do Ministério da Saúde do enclave nesta quinta-feira (16), de acordo com a Reuters.
A guerra começou quando militantes do Hamas atacaram Israel em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e sequestrando outras 253. Destes, acredita-se que 133 permaneçam em cativeiro em Gaza, de acordo com cálculos israelenses, citados pela mídia.