A promotoria de Berlim encerrou anteriormente a investigação contra o inspetor da Força Aérea alemã, Ingo Gerhartz, conduzida após o vazamento de uma conversa entre oficiais do país sobre o possível uso de mísseis de cruzeiro Taurus contra a Ponte da Crimeia.
"Toda essa história é mais uma manifestação da hipocrisia ocidental", disse Zakharova à Sputnik. Segundo a representante da pasta, "quando é necessário acusar a Rússia, isso é feito de forma relâmpago, sem qualquer investigação e sem provas".
"Quando há evidências diretas ou indiretas de ações desagradáveis dos aliados, e não se pode inventar uma 'pista russa', as capitais ocidentais tentam fazer tudo o possível para esconder a verdade chocante", acrescentou Zakharova.
A editora-chefe do grupo midiático Rossiya Segodnya, que engloba a Sputnik, Margarita Simonyan, publicou em março uma gravação de áudio e o texto das conversas de altos oficiais da Bundeswehr. Na ocasião, participaram quatro representantes de alto escalão das Forças Armadas do país, incluindo o chefe do departamento de operações e exercícios da Força Aérea, que discutiram o possível envio de mísseis Taurus para a Ucrânia atacar a Ponte da Crimeia.
Entre outros assuntos, os militares na gravação discutiram como enviar os equipamentos e treinar os militares ucranianos a lançarem os mísseis contra a estrutura de forma a não cruzar a "linha vermelha" e não se tornarem participantes óbvios do conflito na Ucrânia.
O porta-voz presidencial russo Dmitry Peskov declarou que o conteúdo da conversa confirmava o envolvimento direto do Ocidente no conflito na Ucrânia. Já Maria Zakharova acrescentou que o Ocidente deve ser responsabilizado pelas ações destrutivas que planejou e em grande parte realizou.
A mídia alemã reconheceu a autenticidade da gravação, enquanto o ministro da Defesa do país, Boris Pistorius, afirmou anteriormente que grande parte das informações da conversa dos militares alemães publicada pela mídia russa já era acessível ao público. Assim, também reconheceu indiretamente a autenticidade da gravação. O chanceler alemão Olaf Scholz informou na época que foi iniciada uma investigação minuciosa, intensa e rápida em relação à publicação da gravação.