De acordo com o jornal Politico, Trump e a sua equipe de defesa devem decidir já nos próximos dias se o apresentarão como testemunha no processo que enfrenta em Nova York, apesar das considerações de especialistas jurídicos de que o ex-presidente seria um tolo se testemunhasse.
Segundo a apuração, ex-promotores dizem que Trump se abriria a todo tipo de perguntas danosas à sua reputação, desde se ele fez sexo com a estrela pornô Stormy Daniels até supostas práticas comerciais fraudulentas e questionamentos sobre sua honestidade que poderiam minar ganhos políticos e legais.
"Ele [Donald Trump] é alguém que não pode ser controlado, que se espalha por toda parte", disse Renato Mariotti, ex-procurador federal e analista jurídico.
Mesmo que o ex-presidente possa colher alguns benefícios políticos ao testemunhar, como ter direito a se dirigir aos seus apoiadores, os riscos legais são bastante elevados.
O deputado Andy Biggs (republicano do Arizona), ex-advogado e aliado próximo de Trump que participou do julgamento na semana passada, disse que "há momentos em que você olha para isso e diz: 'Não há benefício para um cliente testemunhar'".
Trump, que violou uma ordem de silêncio dez vezes e foi ameaçado com pena de prisão caso desafie a ordem legal novamente, é famoso por falar o que pensa mesmo quando isso não é do seu interesse, ou quando não foi convidado a falar. Durante os processos que enfrenta, o empresário disparou diversas vezes contra advogados, testemunhas e juízes, o que corrobora com a visão dos especialistas.
Quando Trump tomou posição e testemunhou durante quatro horas em seu julgamento por fraude civil, em novembro de 2023, perdeu a paciência e atacou o juiz que supervisionava o caso, dizendo: "É uma coisa terrível que você fez. Você não sabe nada sobre mim."