O equipamento serviu de base para tentar identificar o porquê de alguns aparelhos de GPS não funcionarem de forma correta em determinadas regiões, como a Amazônia brasileira. Uma das hipóteses é que isso ocorria devido a anomalias espaciais.
O nanossatélite foi criado a partir de uma parceira entre a NASA, agência espacial dos EUA; o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Vale ressaltar, no entanto, que os resultados deverão ser divulgados posteriormente.
O nome é uma sigla em inglês para Tarefa de Pesquisa Observacional para Previsão de Cintilação. O satélite foi levado para a Estação Espacial Internacional (EEI), a bordo da missão SpaceX-26, antes de ser lançado ao espaço.
Pesquisas indicam que bolhas de plasma ionosférico impactam sistemas de comunicação e de navegação.
O satélite monitorou o estado da ionosfera, camada que fica de 60 quilômetros a mil quilômetros acima da superfície da Terra, e é composta de íons e plasma ionosférico, para tentar determinar por que as bolhas de plasma às vezes se formam lá.
Quando ondas de rádio de satélites GPS tentam passar através dessas anomalias, os sinais podem ficar distorcidos — fenômeno conhecido como cintilação, que afeta a confiabilidade do mapeamento e os serviços dependentes dele, como aplicativos de navegação e de agricultura de precisão e sistemas de pouso automatizado, que podem ser empregados em aeroportos.
Maior feira espacial da América Latina
O satélite foi exibido no estande da Força Aérea Brasileira (FAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB). No mesmo local, uma maquete do Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão, foi exibida. A base passou por uma reconstrução após a tragédia de 22 de agosto de 2003, quando uma explosão no centro de lançamento matou 21 profissionais.
As instalações têm uma base móvel, que possibilita trabalhar sobre a base dos foguetes e se afastar durante os lançamentos.
No evento, drones e veículos aéreos não tripulados (VANTs) estavam entre os principais atrativos. No entanto diversas outras tecnologias foram apresentadas.
A empresa brasileira Saipher, por exemplo, sediada em São José dos Campos (SP), é responsável por um telescópio capaz de rastrear a órbita de satélites, de forma a evitar colisões entre eles.