A visita organizada às pressas de Macron à Nova Caledônia ocorre depois que seis pessoas foram mortas em tumultos que deixaram um rastro de lojas saqueadas e carros incendiados desde que começaram, há mais de uma semana.
"Nas próximas horas e dias, novas operações massivas serão agendadas sempre que necessário, e a ordem republicana na sua totalidade será restabelecida, porque não há outra escolha", disse Macron durante uma reunião com líderes políticos em Noumea, segundo a Reuters.
As estradas em toda a ilha permaneceram bloqueadas por barricadas de manifestantes, e os residentes compartilharam dicas nas redes sociais sobre rotas seguras para encontrar comida, gasolina e medicamentos, relata a mídia.
O estado de emergência seria suspenso se os bloqueios de estradas fossem removidos, disse ele, acrescentando que "dentro de um mês" faria um balanço da situação e "tomaria decisões sobre o acompanhamento institucional a dar".
Descrevendo os motins como "uma insurreição sem precedentes cujo grau de violência ninguém teria previsto", Macron disse que a segurança adicional, totalizando 3 mil pessoas, permaneceria, mesmo durante os Jogos Olímpicos de Paris, se necessário.
Os protestos estão centrados em um projeto de alteração constitucional, apoiado por Macron, que modifica as condições de voto no território. A partir de agora, apenas as pessoas que estavam na ilha até 1998 podem votar nas eleições, excluindo efetivamente os residentes que vieram depois, mesmo que tenham nascido lá.
Os líderes dos indígenas kanaks, que correspondem a 40% da população, querem que a reforma seja anulada por receios de que esta dilua o voto kanak e torne mais difícil a aprovação de qualquer futuro referendo sobre a independência.
Os legisladores em Paris adotaram a resolução na semana passada, mas ela ainda não foi ratificada por um congresso especial de ambas as Casas do Parlamento.
Ainda hoje (23), depois de se reunir com líderes políticos locais, Macron disse que o seu objetivo final ainda é transformar a medida em lei, mas apenas se a paz regressar e um pacto mais amplo sobre o futuro da ilha puder ser forjado.
A Nova Caledônia é o terceiro maior produtor de níquel do mundo, mas o setor está em crise e um em cada cinco residentes vive abaixo da linha da pobreza, em um território com enormes desigualdades econômicas.