"No início desta semana, usina nuclear de Zarapozhie também informou a AIEA sobre um ataque de drone a uma oficina de manutenção de veículos de transporte na área industrial próxima, supostamente causando alguns danos, mas sem vítimas. Se confirmado, o suposto ataque de quarta-feira [22], a cerca de quatro quilômetros da usina, sublinha ainda mais os contínuos riscos militares enfrentados por essa grande instalação nuclear, após os ataques de drones do mês passado", disse a AIEA.
Uma antena da rede de comunicações civis foi danificada no ataque à oficina, que é utilizada para fazer a manutenção dos ônibus que transportam o pessoal da fábrica para a cidade vizinha de Energodar.
"Além disso, a equipe de especialistas da AIEA que monitora a usina continuou ouvindo explosões a várias distâncias da usina durante a semana passada", acrescenta o comunicado.
Grossi também expressou preocupação por a usina depender de energia de reserva, visto que a unidade perdeu temporariamente a ligação à sua linha de energia externa devido a um curto-circuito e passou a ser abastecida por uma única linha de reserva durante mais de três horas.
"O fato de a maior usina nuclear da Europa depender de uma ou duas linhas de energia é uma fonte profunda de preocupação e claramente não é sustentável", disse a agência, citando Grossi no comunicado.
Os especialistas da AIEA têm monitorado a situação no local desde o outono de 2022. A usina nuclear de Zaporozhie, a maior da Europa, está localizada perto da cidade de Energodar, em uma área sob controle militar russo desde março de 2022.
Na terça-feira (21), o governo russo divulgou um relatório sobre a proteção e manutenção de maneira sustentável da instalação nuclear da usina, que é alvo de constantes bombardeios ucranianos.
A Rússia enviou ainda uma nota à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), solicitando a difusão do relatório, que descreve detalhadamente como a Rússia garante a segurança física e nuclear da usina, construída ainda na época soviética.