Conforme o diretor-geral para Assuntos Europeus do think tank Eurasia Group, Mujtaba Rahman, afirmou à Reuters, a visita de Macron é "uma tentativa do mais alto nível político de demonstrar que a relação [entre França e Alemanha] está dando certo.
Entretanto, Berlim e Paris continuam a discordar em muitas questões, como a situação de defesa e segurança da Europa.
Enquanto a Alemanha prefere contar com a proteção militar dos Estados Unidos, a França favorece uma autossuficiência, com o presidente francês defendendo uma maior autonomia do continente em questões de defesa.
A recente beligerância de Paris — óbvia quando comparada com o ritmo lento de Berlim — pode ser explicada pelo fato de a França ter seu próprio, embora pequeno, arsenal nuclear, enquanto a Alemanha não tem armas nucleares próprias.
Após um encontro com o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, Macron afirmou que os desafios atuais, incluindo o conflito na Ucrânia, requerem um salto na cooperação entre a França e a Alemanha.
"Devemos ajudar a Ucrânia a resistir, armá-la, treiná-la, apoiá-la e também estar preparado para qualquer cenário, a fim de construir uma paz a longo prazo no quadro do direito internacional", disse Macron em uma entrevista coletiva com Steinmeier.
O presidente francês sublinhou que espera que sua visita de três dias traga resultados, como "um plano ambicioso para a defesa da Ucrânia", a construção de um quadro comum para segurança, e uma visão comum do crescimento, da inovação e da competitividade da União Europeia.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, por sua vez, vem enfatizando repetidamente que Berlim não quer que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia se transforme em conflito entre a Rússia e a OTAN.
Durante uma reunião de gabinete marcada para terça-feira, 28 de maio, espera-se que altos funcionários franceses e alemães discutam assuntos importantes sobre as relações entre os dois países.