Ela afirmou, entretanto, que "a única coisa que não é negociável" é a rendição do ex-vice-presidente Jorge Glas, condenado em dois casos de corrupção e com nova investigação aberta por desvio de fundos públicos. Ele serviu no governo do ex-presidente Rafael Correa entre 2013 e 2017.
O México impôs como condição que qualquer reaproximação com o Equador seja feita após a entrega de Glas a esse país, para que o asilo concedido pouco antes de sua captura se torne efetivo. A ministra das Relações Exteriores do México, Alicia Bárcena, informou que pediu apoio à embaixada suíça em Quito para visitar Glas na prisão e interceder junto às autoridades equatorianas para que ele pudesse ser entregue ao México.
Na semana passada, a Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal instância judicial das Nações Unidas, rejeitou o pedido apresentado pelo México de medidas provisórias urgentes contra o Equador pela invasão de sua embaixada.
O tribunal anunciou que não encontrou base legal para impor medidas contra o Equador pelo ataque.
"O tribunal considera por unanimidade que as circunstâncias, tal como agora apresentadas […], não são tais que exijam o exercício do seu poder nos termos do artigo 41 do Estatuto para indicar medidas provisórias", declarou na sexta-feira (25) o presidente do tribunal, Nawaf Salam, citado pela ordem judicial.
O governo mexicano expressou satisfação com a decisão da CIJ sobre a inviolabilidade de uma missão diplomática, apesar da recusa de impor as medidas provisórias solicitadas contra o Equador.
"O governo do México se sente muito satisfeito com a decisão. Em primeiro lugar, os juízes da Corte Internacional de Justiça ratificaram e expressaram que a inviolabilidade da missão diplomática é uma pedra angular das relações entre os países", disse o consultor jurídico mexicano Alejandro Celorio em um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores.
Entenda o caso
Na madrugada do dia 5 para 6 de abril, um grupo de agentes equatorianos entrou à força na sede diplomática mexicana em Quito, onde estava o ex-vice-presidente Jorge Glas como asilado político.
Glas, de 54 anos, está detido em uma prisão de segurança máxima na cidade de Guayaquil depois de ter sido preso em 5 de abril na embaixada mexicana em Quito.
A tomada da embaixada no início de abril foi duramente criticada pela comunidade internacional e levou o governo mexicano a abrir uma ação no Tribunal de Haia. Pouco depois, o Equador abriu outro processo contra o México, acusando-o de interferir em seus assuntos internos.