A Secretaria de Energia argentina disse em comunicado que a agência estatal Energia Argentina Sociedade Anônima (Enarsa, na sigla em espanhol) comprou na sexta-feira (24) um carregamento de 44 milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito (GNL) da Petrobras, que deveria começar a ser descarregado nesta quarta-feira (29).
O frio recente já havia atingido o abastecimento de gás no país sul-americano, mas piorou quando o descarregamento da carga de gás foi interrompido por questões de pagamento, provocando escassez de gás natural comprimido (GNC) nos postos de abastecimento.
"Mas, no último minuto, a empresa contestou a carta de crédito [o pagamento] com que o combustível deveria ser pago e não autorizou a descarga do GNL no terminal de Escobar", afirmou o órgão citado pela Reuters.
O órgão acrescentou que isso levou ao corte no fornecimento a utilizadores não prioritários, incluindo indústria, centrais termoelétricas e postos de abastecimento, para proteger hospitais, escolas, residências e companhias.
"O objetivo é continuar a abastecer a 'procura prioritária' e as habitações", disse o governo, acrescentando que o desbloqueio do carregamento deverá significar que "ao longo do dia, a situação de cortes de oferta será regularizada".
A Argentina aumentou rapidamente a produção de gás e petróleo na sua enorme região de xisto de Vaca Muerta, mas ainda depende de importações para satisfazer a procura no inverno. Buenos Aires pretende, a longo prazo, se tornar exportadora de energia líquida e fornecedora global de GNL.
O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, disse que o governo está fazendo esforços para evitar mais problemas de fornecimento de gás. "É um inverno muito rigoroso, e a procura passou de 44 milhões de metros cúbicos para quase 70 milhões", afirmou Adorni em conferência de imprensa diária.