Há dois anos, quando o conflito ucraniano começou, os países ocidentais exigiram que a Sérvia impusesse imediatamente sanções contra a Rússia.
Na opinião de Aleksandar Vulin, vice-premiê da Sérvia, que falou à Sputnik, trata-se de "uma tentativa clássica de fazer os sérvios brigarem com seus amigos e não os deixar encontrar novos amigos".
"Eu pergunto: há pessoas adequadas no Parlamento Europeu? Tenho certeza de que sim, mas elas não têm direito a voto", opinou ele.
"Já vimos o bastão, mas qual será a cenoura? E eles dizem: imponham sanções contra a Rússia e reconheçam a independência do Kosovo. Há alguma pessoa normal lá? Alguma delas já ouviu falar quem são os sérvios? É um povo que, mesmo em condições muito mais difíceis, não aceitou seus ultimatos. Esse povo nunca aceitou o papel de escravo", deixou claro.
Vulin não viu um problema na associação da autodeclarada república do Kosovo à Assembleia Parlamentar da OTAN, mas condenou o timing.
"Tenham vergonha na cara, seus miseráveis! O que mais vocês farão? Em que mais feridas nossas vocês vão colocar sal? O chamado Kosovo surgiu como resultado do bombardeio da Iugoslávia [em 1999]? Claro que sim! Foi a Aliança do Atlântico Norte que o criou? Claro que sim!"
Situação ucraniana
Sobre as negociações de paz do conflito ucraniano na primeira metade de 2022, "uma solução pacífica foi alcançada [e] tudo foi acordado em Istambul. E então um britânico [então primeiro-ministro britânico Boris Johnson] surgiu e disse: 'não, morram.' Temo que o Ocidente lutará até o último ucraniano. Enquanto houver pessoas para enviar para o front, armar e equipar, o conflito durará", contou.
Aleksandar Vulin atacou igualmente a "histeria antirrussa, [que] tomou conta de toda a Europa".
"Na Europa, pelo menos formalmente, é proibido odiar alguém. […] a única coisa que devemos odiar é a Rússia. Estou eternamente orgulhoso do presidente [sérvio Aleksandar] Vucic, de toda a Sérvia, por não termos nos tornado parte disso. Não odiamos os russos. Pelo contrário, nós os amamos muito. E o que vocês vão fazer conosco?", indagou o alto responsável.