"Atualmente, muitas forças obscuras antipatrióticas internas e externas conspiram contra a integridade da pátria", afirmou Arce durante a cerimônia do 72º aniversário do Colégio de Aviação Militar.
"Através de operações híbridas como golpes suaves, sabotagem da economia semeando ansiedade, rumores e táticas retiradas dos manual das potências imperiais […] querem controlar o lítio, as terras-raras, a água doce e os recursos estratégicos", acusou o presidente da Bolívia.
A Bolívia possui uma das maiores reservas de lítio do mundo. Junto do Chile e da Argentina, o país compõe o chamado Triângulo do Lítio, onde estão localizadas mais de 50% das reservas do planeta.
A denúncia do presidente ocorre em meio a um contexto de escassez de dólares e de combustível no país, embora segundo o governo haja um abastecimento normal e a situação se deva à especulação.
Arce disse que dessa forma eles "procuram travar o progresso do país, impedir que o povo se aproprie dos recursos estratégicos e participe através de uma democracia amplamente participativa nas decisões governamentais".
A Bolívia enfrenta uma situação econômica complexa, devido à queda das reservas internacionais, à escassez de divisas e ao bloqueio na aprovação de créditos no Congresso boliviano.
Outro fator que também contribui para a situação atual é a divisão interna do partido no poder.
O ex-presidente Evo Morales (2006–2019) se distanciou do governo e agora desempenha um papel de oposição, fazendo constantes denúncias de alegada corrupção contra o governo de seu ex-ministro da Economia, Luis Arce.
Soma-se a isso a falta de consenso na Assembleia Legislativa devido à dissolução do partido no poder.