O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou nesta segunda-feira (3) sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, afirmando ser a favor de uma conferência de paz entre Moscou e Kiev. Entretanto, ele ressaltou que a conferência deve ser reconhecida por ambos os lados, em referência à cúpula que ocorre na Suíça para discutir uma fórmula de paz para o conflito, convocada pela Ucrânia e sem a participação da Rússia.
"O Brasil condenou de maneira firme a invasão da Ucrânia pela Rússia. Uma desescalada seria um passo necessário para que as partes possam retomar o diálogo direto. Apoiamos a realização de uma conferência internacional que seja reconhecida tanto pela Ucrânia quanto pela Rússia", disse Lula.
Segundo noticiou a Folha de S.Paulo, as declarações foram dadas em conversa com jornalistas no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF), logo após Lula se reunir com o presidente da Croácia, Zoran Milanović. Na conversa, Lula também abordou a questão palestina e tornou a lamentar a morte de Michel Nisembaum, o único refém brasileiro levado pelo Hamas para Gaza.
"No caso de Gaza, o Brasil continuará a trabalhar por um cessar-fogo permanente que permita a entrada da ajuda humanitária e também pela libertação imediata de todos os reféns pelo Hamas. Foi com grande pesar que recebemos a notícia do falecimento do brasileiro Michel Nisembaum", disse o presidente.
'Vitória da democracia', diz Lula sobre eleições no México
Lula também celebrou a vitória de Claudia Sheinbaum nas eleições presidenciais do México. Em postagem na rede social X (antigo Twitter), ele classificou o pleito como "uma vitória da democracia".
Na coletiva em Brasília, o presidente afirmou que pretende viajar para o México ainda neste ano em agradecimento ao carinho do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, e para tratar da possibilidade de aumento do fluxo comercial entre Brasil e México.
"Nós somos as duas maiores economias do continente [América Latina]. Portanto, ainda temos pouco fluxo no comércio. Poderíamos ter muito mais e mais empresários investindo no Brasil e no México […] para que as duas economias cresçam", disse Lula.
Com perfil considerado progressista, Sheinbaum é a primeira mulher eleita presidente no México. Candidata da coalizão governista liderada pelo Movimento de Regeneração Nacional (Morena), a mesma de López Obrador, ela foi eleita no último domingo (2), com uma média de 58% a 60% dos votos, segundo o Instituto Nacional Eleitoral (INE).
A candidata opositora, Xóchitl Gálvez, da Frente Ampla Força e Coração, obteve entre 26,6% e 38,6%. Já o candidato Jorge Álvarez Máynez, do Movimento Cidadão, social-democrata, recebeu entre 9,9% e 10,8%.