As obras de arte, que exibem representações de humanos e de animais, estão visivelmente localizadas ao longo do alto e médio curso do rio Orinoco, que passa através desta região da América do Sul. Os pesquisadores consideram que o local foi escolhido intencionalmente para que as gravuras fossem vistas à distância, uma vez que foram feitas ao longo de uma importante rota de viagens e comércio conhecida como "Rápidos de Atures", aponta um estudo publicado na revista Antiquity.
"Uma interpretação é que havia algum aspecto da territorialidade em jogo", disse ao Live Science Philip Riris, autor principal do estudo e professor sênior em modelagem arqueológica e paleoambiental na Universidade de Bournemouth, Reino Unido. "Era uma forma de marcar o seu território e dizer que este é o nosso domínio."
Arte rupestre antiga na Colômbia e na Venezuela representa territórios, afirmam pesquisadores.
Pesquisadores não têm certeza de quem criou as gravuras maciças, a maior das quais tem o comprimento de 42 metros. No entanto, eles sabem que alguns dos motivos exibidos, incluindo o foco em cobras como jiboias constritoras e anacondas, "desempenharam um papel importante nos mitos e crenças da população indígena local", diz a revista. "As cobras também são conhecidas por serem letais; talvez essa fosse uma maneira de alertar os estranhos de que estavam entrando no domínio da cobra."
Destaca-se que representações de serpentes semelhantes às esculpidas nas rochas foram encontradas em pedaços de cerâmica descobertos na área durante uma escavação anterior.
"É possível que alguém tenha copiado o que estava vendo em uma das rochas. Mas meu pressentimento é que quem quer que tivesse feito [a urna] era contemporâneo de quem fez a arte rupestre", comentou o arqueólogo.
Se for esse o caso, com base na cerâmica, a arte rupestre teria aproximadamente 2.000 anos, de acordo com o estudo.