Panorama internacional

Brasil tem protagonismo no BRICS, que ditará nova ordem mundial, diz presidente do Cebri (VÍDEO)

O presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), José Pio Borges, afirmou à Sputnik Brasil nesta quinta-feira (6) que o Brasil tem papel importante no BRICS, sendo o único país ocidental do grupo, vital para a definição de uma nova ordem mundial.
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Segundo ele, os países do agrupamento já superavam o produto interno bruto (PIB) dos países do G7 antes de sua expansão. Em termos de paridade do poder de compra (PPC), diz, o BRICS já superou o G7. "Ou seja, […] [os países do] G7, que eram, na origem, digamos, as principais economias do mundo, hoje têm um produto inferior."
Ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Borges participa do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF, na sigla em inglês), evento que teve confirmação de mais de 17 mil participantes de 130 países e que vai até sábado (8).
Desde novembro de 2023 o Brasil preside o G20, que incorpora países do BRICS e do G7. "É quase uma metáfora do que pode ser uma nova ordem global, que inclui países que antigamente tinham as maiores economias do mundo e os países em que agora as economias estão crescendo muito."

"Sobretudo na Ásia, como a China, a Índia, o Sudeste Asiático e outros países que crescem tanto e, sobretudo, estão conseguindo eliminar centenas de milhões de pessoas da pobreza e elevando-as ao nível da classe média, que é um exemplo para todo mundo."

Segundo ele, a renda per capita dos países do BRICS cresce em torno de 4,5%, "o triplo do valor do crescimento dos países do G7".
Além disso, ele destaca que 44% da produção de petróleo e gás do mundo vêm de países do BRICS expandido. "Isso torna óbvia a importância desse grupo de países, ainda mais com a adesão de novos."
"O grupo do BRICS hoje é responsável por praticamente 50% da energia produzida no mundo", afirma, ressaltando que há uma diversidade de culturas nos países da articulação, diferentemente da "uniformidade" do G7.
"Nos países do BRICS há uma diversidade muito grande e, ao mesmo tempo, o interesse dos países de se conhecerem mais profundamente, mas aceitando as suas diferenças e os seus caminhos diversos para o desenvolvimento."
Em relação ao fórum na Rússia, ele se impressionou com o número de pessoas envolvidas, de diferentes nações. "Esse seminário aqui mostra o grande interesse da Rússia na formação dessa ideia de um mundo multipolar."
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"Com o crescimento da China, com, agora, o crescimento da Índia, crescendo mais do que a China, tivemos uma constatação óbvia de que o mundo hoje é um mundo multipolar, em que diversos países, diversos grupos de países têm uma voz importante na condução da ordem global."
Borges afirma que a recusa da Argentina, sob a presidência de Javier Milei, em ingressar no BRICS só amplia o papel de protagonismo do Brasil. "Isso dá uma responsabilidade muito importante ao Brasil, porque o Brasil é o único país da América do Sul e talvez o único país ocidental, digamos assim, desse grupo."

"Nos coloca em uma posição de ponte entre, digamos, o pensamento ocidental e esse grupo de países que é essencialmente um grupo de países do continente asiático, se considerando a Rússia também um país asiático."

Segundo ele, há cerca de 25 anos a economia brasileira estava concentrada apenas nos Estados Unidos, na União Europeia e no Mercosul. Hoje, no entanto, o comércio com países asiáticos, sobretudo a China, aumentou expressivamente.
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