A Casa Branca está prestes a lançar uma estratégia de armas nucleares corrigida e "mais assertiva", informou o portal Semafor.
Washington vê a necessidade de "adotar uma abordagem mais competitiva à não proliferação e ao controle de armas" e "fazer certos ajustes em nossa postura e capacidades", disse o portal, citando um alto funcionário da administração.
Em particular, os planos podem se referir ao desenvolvimento de uma nova bomba nuclear de gravidade, bem como a esforços para prolongar o tempo de serviço de vários submarinos nucleares da classe Ohio, aponta a notícia.
A administração pretende considerar como as forças nucleares dos EUA podem ter que "evoluir ainda mais" e discutirá o trabalho para garantir que os principais aliados "tenham capacidades de ataque de longo alcance e aptidões de vigilância", acrescentou o funcionário na condição de anonimato. Os planos serão alegadamente anunciados pelo Diretor Sênior de Controle de Armas, Desarmamento e Não Proliferação do Conselho de Segurança Nacional, Pranay Vaddi, em uma conferência de controle de armas na sexta-feira (7).
O portal recordou que o Tratado Novo START está definido para expirar em 2026. Pensando no futuro para uma possível reeleição de Biden, "se houver um segundo mandato, uma consideração fundamental para nossa administração é como nos aproximamos dessa data, 6 de fevereiro de 2026 […]. Temos que pensar em um ambiente no qual estamos sem restrições, mas a Rússia também, e a China também", acrescentou o funcionário citado.
Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Novo START) entrou em vigor em 2011. Em meio à guerra por procuração da OTAN na Ucrânia, Moscou suspendeu sua participação no acordo em 21 de fevereiro de 2023.
Na época, o presidente Vladimir Putin, durante seu discurso de fevereiro de 2023 à Assembleia Federal, apontou que o princípio da reciprocidade quando se tratava de inspeções mútuas de locais nucleares sob o Novo START não foi totalmente observado pelos EUA. Ele mencionou que as duas outras potências nucleares da OTAN, o Reino Unido e a França, nunca estiveram vinculadas ao Novo START. Putin fez referência a tudo, desde as retiradas unilaterais de Washington de tratados de armas estratégicas, até o alargamento da OTAN até as fronteiras da Rússia, em violação de acordos verbais anteriores.
Em junho, os EUA anunciaram suas "contramedidas" em resposta à suspensão do tratado pela Rússia, que incluiu uma decisão de parar de dar a Moscou informações importantes sobre lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais e lançados por submarinos.
Em meio à onda de ações beligerantes do Ocidente, o Kremlin anunciou exercícios sobre o uso de armas nucleares não estratégicas da Rússia e de Belarus para "incutir juízo aos oponentes ocidentais sobre as consequências da escalada", disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.