Panorama internacional

Lítio e hidrogênio do Chile são principais motivações da visita de Boric à Europa, avalia analista

A viagem que o presidente chileno, Gabriel Boric, iniciou na segunda-feira (10) pela Europa está relacionada principalmente ao interesse de países como Alemanha e França em estabelecer acordos relacionados ao lítio e ao hidrogênio verde, segundo o analista Guillermo Holzmann.
Sputnik
Em entrevista à Sputnik, ele afirmou que a Alemanha e a França têm especial interesse em acessar esses recursos do país sul-americano. O presidente chileno se encontra na Alemanha para uma visita oficial de três dias e depois ruma para Suécia e França.
Especialista político chileno, Holzmann frisa que o interesse dos países europeus na visita de Boric está em consonância com o interesse da Europa pela América Latina tanto no vínculo com a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) quanto com os esforços para fechar um acordo comercial com o Mercosul.
Esse relacionamento é ainda mais estreito com o Chile, segundo o entrevistado, com quem a União Europeia (UE) negocia um processo de modernização do acordo comercial assinado em 2002. O Acordo-Quadro Avançado foi finalizado em 2023, e desde então o texto está em fase de ratificação pelo Parlamento Europeu e por diferentes países.
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"A UE precisa de acesso a recursos agroindustriais, florestais, pesqueiros e, é claro, minerais, especialmente no tema das terras-raras e, particularmente, do lítio. Além disso, também há interesse no tema da Antártida, mudança climática e questões migratórias, em uma agenda bastante complementar entre os interesses do Chile e os dos países europeus", explicou Holzmann.

Para o especialista, esse interesse especial pelo Chile se deve à convicção dos países europeus de que aprofundar as relações com o governo de Boric, que é visto como uma administração "de orientação progressista", abrirá portas para que outros países da América do Sul sigam caminhos similares.
A agenda de Boric na Europa está centrada principalmente em trocas comerciais em setores como o tecnológico e o energético.
"Tanto a inovação quanto a transferência de tecnologia no lítio e no hidrogênio verde são temas que interessam muito aos alemães e franceses", afirmou.
Holzmann destacou que o desafio para o Chile nessas visitas será conseguir gerar acordos de transferência de tecnologia, que adicionem "valor agregado à energia a ser produzida e não apenas exportada".
No encontro com o chanceler alemão, Olaf Scholz, as trocas relacionadas à Estratégia Nacional de Lítio e ao Plano de Ação para o Hidrogênio Verde foram destaques da conversa:

"Em relação à indústria do lítio, nossa relação com a Alemanha é tremendamente importante, e uma das coisas que discutimos com o chanceler é justamente a vontade de ambos os países de aumentar nosso intercâmbio comercial, particularmente em uma indústria tão promissora como a do lítio", declarou o presidente chileno em coletiva de imprensa após o encontro com Scholz.

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