A Rússia ultrapassou em maio os EUA no suprimento de gás para a Europa, informou no domingo (16) o jornal britânico Financial Times (FT).
"As importações de gás da Europa da Rússia ultrapassaram os suprimentos dos EUA em maio pela primeira vez em quase dois anos, apesar dos esforços da região para se livrar do combustível fóssil russo […]. Embora a reversão tenha sido influenciada por circunstâncias especiais, ela destaca a dificuldade de reduzir ainda mais a dependência da Europa do gás russo, já que alguns países do Leste Europeu continuam dependentes das importações do país vizinho", disse o FT, citando dados da empresa de análise ICIS.
De acordo com a firma, os suprimentos de gás e gás natural liquefeito (GNL) da Rússia foram responsáveis por 15% do total das importações da UE, do Reino Unido, da Suíça, Sérvia, Bósnia e Herzegovina e da Macedônia do Norte no mês passado. Ao mesmo tempo, a participação do gás natural liquefeito dos EUA nas importações desses países foi de 14%, a menor desde agosto de 2022, o último mês em que a proporção russa ficou acima da americana antes de maio de 2024.
Segundo a mídia, a situação se deve a "fatores pontuais", como uma interrupção em uma grande instalação de exportação de GNL dos EUA. No entanto, essa situação "provavelmente não durará muito", pois Moscou poderá entregar o GNL para a Ásia pela Rota do Mar do Norte já nas próximas semanas, segundo análise da ICIS.
Em março de 2022, a União Europeia desenvolveu o plano RePowerEU, que inclui medidas para reduzir gradualmente as importações de combustível da Rússia, melhorar a segurança do fornecimento de energia e apoiar a transição verde. No entanto, ainda não foram criadas sanções contra o uso de gás russo no bloco.