Contudo, a decisão de construir a unidade, situada entre colinas cobertas de pinheiros nos arredores de Kongsberg – cerca de 90 quilômetros da capital Oslo – foi tomada em 2021, antes da operação russa na Ucrânia.
A mídia afirma que a construção da fábrica foi impulsionada pela Marinha dos Estados Unidos, que selecionou para a sua frota o Naval Strike Missile (NSM) de Kongsberg – um míssil antinavio com um alcance de 250 quilômetros.
A instalação custou US$ 61 milhões (R$ 332 milhões), com o governo norueguês e a União Europeia fazendo parte do orçamento.
Em uma sala branca, 24 braços robóticos pendurados no teto ajudarão a construir o NSM, e "seu primo", o míssil conjunto de ataque (JSM, na sigla em inglês), um míssil de cruzeiro da Lockheed Martin para caças de combate F-35.
"A Ucrânia começou, e não foi uma surpresa para nós que a demanda tenha aumentado", disse Eirik Lie, chefe de defesa e aeroespacial de Kongsberg. A fábrica produzirá "várias centenas de mísseis por ano", disse Lie, recusando-se a fornecer um número específico. Ele também não disse quanto a produção estava expandindo, apenas que o crescimento foi "exponencial".
A fabricante se negou a dizer se o seu NSM foi doado à Ucrânia por alguns aliados da OTAN, mas foi noticiado anteriormente que os EUA estavam trabalhando para dar alguns dos seus NSM a Kiev para ajudar a derrotar o bloqueio naval da Rússia no mar Negro.
"Queremos aumentar nossa produção. Estamos olhando para os EUA e a Austrália como alternativas", disse Lie.
Alemanha quer adquirir mais de 100 Leopard 2
Em mais um investimento pesado da defesa de um país europeu, Berlim planeja encomendar 105 tanques Leopard 2, por € 2,93 bilhões (R$ 17,1 bilhões), de acordo com um projeto de orçamento confidencial visto pela mídia também nesta quinta-feira (20).
Alguns veículos vão equipar uma brigada de combate alemã na Lituânia, que está sendo criada como parte da dissuasão da OTAN contra a Rússia, diz o projeto de orçamento. Outros reforçarão a força de 300 tanques dentro do território alemão.
As forças alemãs esperam receber a versão mais avançada dos tanques entre 2027 e 2030. No entanto, o planejamento ainda precisa de aprovação parlamentar.
O documento observa que a maior parte da compra não foi financiada, uma vez que não havia dinheiro suficiente no orçamento regular e nos fundos especiais de € 100 bilhões (R$ 583 bilhões) criados após a operação russa na Ucrânia.
O projeto ainda afirma que o Ministério da Defesa estava, portanto, pedindo uma autorização financeira extraordinária, o que significa que, embora o acordo possa ser aprovado agora, um governo sucessor terá de encontrar o dinheiro.
O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, tem lutado por um aumento do orçamento da defesa há meses, mas não fez progressos à medida que as negociações orçamentais no turbulento governo de coligação da Alemanha se arrastavam.