"Esse negócio de destruir o Hamas, fazer o Hamas desaparecer – é simplesmente jogar areia nos olhos do público", disse o porta-voz, contra-almirante Daniel Hagari. "O Hamas é uma ideia, o Hamas é um partido. Está enraizado nos corações do povo – quem pensa que podemos eliminar o Hamas está errado."
Neste sentido surge a questão: se derrotar o Hamas é impossível, quais são os verdadeiros objetivos de Israel em Gaza?
Para Netanyahu, isso pode ser apenas a sobrevivência política. Antes de 7 de outubro, houve protestos regulares contra ele dos israelenses sobre suas reformas da Suprema Corte do país. Esses protestos agora se renovaram, assim como os protestos acusando Netanyahu de não priorizar a liberação dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas.
“Ele acredita que continuar a cometer esse genocídio contra o povo palestino é fundamental para sua sobrevivência política", disse à Sputnik a coeditora do portal Popular Resistance, dra. Margaret Flowers. "Tudo está desmoronando ao seu redor", acrescentou.
"[O governo israelense está] violando o direito internacional, conduzindo um genocídio contra o povo com a condenação da maior parte do mundo. No entanto, por alguma razão, eles não podem alcançar seus objetivos declarados, mas isso não significa que eles não vão continuar e os EUA vão continuar a apoiá-los, porque isso é um grande benefício para o complexo militar-industrial dos EUA", explicou Flowers.
Além de Gaza, Israel também tem estado em confronto com o Hezbollah no Líbano. No início desta semana, o Hezbollah divulgou um vídeo com imagens de drones sobre o espaço aéreo israelense, destacando a infraestrutura de segurança crítica e até mesmo as casas de alguns funcionários de alto escalão.
"Se o Estado de Israel realmente quisesse tornar seu povo seguro, eles teriam negociado um cessar-fogo há muito tempo e posto fim a essas hostilidades. Mas esse definitivamente não é seu objetivo. A erradicação completa do povo palestino é seu objetivo. E eles não se importam com o custo civil", disse Flowers.
Ontem (21), a mídia israelense informou que o CEO de uma empresa que gerencia os sistemas elétricos de Israel disse que o Hezbollah poderia tornar Israel "inabitável" dentro de 72 horas, atacando sua rede elétrica.