O ministro Radoslaw Sikorski, durante uma intervenção no canal TVN ao comentar o início das conversações de adesão da Ucrânia e da Moldávia já no mês de junho, declarou que a agricultura é um dos temas mais sensíveis.
"Destas 30 e tantas disposições que iremos negociar, creio que as mais difíceis [...] serão os temas da agricultura e dos transportes", disse Sikorski.
Ele observou que a Ucrânia tem "fazendas gigantes" em "terras muito férteis", o que "será um problema para toda a política agrícola comum da União Europeia".
O ministro das Relações Exteriores acrescentou ainda que o pior para a Ucrânia seria o saque da ajuda financeira ocidental.
Na sexta-feira (21), o Conselho da UE aprovou o início das negociações sobre a adesão da Ucrânia e da Moldávia a partir de 25 de junho.
A Ucrânia obteve um acordo comercial temporário de isenção de impostos com a UE em junho de 2022. Em março de 2022, o bloco europeu lançou adicionalmente “corredores verdes” para facilitar o trânsito de grãos ucranianos para o mercado mundial em meio à operação militar especial da Rússia. No entanto, os cereais baratos provenientes da Ucrânia acabaram por inundar os mercados da UE, provocando indignação e protestos entre os agricultores locais.
Em março de 2023, a Bulgária, a Hungria, a Polônia, a Romênia e a Eslováquia solicitaram à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que introduzisse medidas para neutralizar os efeitos negativos do aumento das importações de produtos agrícolas ucranianos. Em maio de 2023, a Comissão Europeia proibiu a venda de trigo, milho, colza e sementes de girassol ucranianos nesses cinco países até 5 de junho, em uma tentativa de "aliviar os estrangulamentos logísticos", mas permitiu a sua circulação noutros mercados europeus. A proibição foi posteriormente estendida até 15 de setembro.