"O Ministério das Relações Exteriores do Estado Plurinacional da Bolívia informa que convocou a encarregada de negócios dos EUA, Debra Hevia, com o propósito de comunicar a preocupação e estabelecer uma reclamação sobre uma série de pronunciamentos e ações realizadas pela Embaixada dos EUA, que são consideradas uma intromissão em assuntos internos", disse a chancelaria em um comunicado.
O protesto da Bolívia ocorre após a representação diplomática de Washington na capital boliviana emitir um comunicado para desmentir declarações do ministro da Economia, Marcelo Montenegro, que afirmou que a embaixada norte-americana estava envolvida em um "golpe brando" contra o governo do presidente Luis Arce.
"A Embaixada dos Estados Unidos rejeita veementemente as falsas declarações feitas pelo ministro da Economia, Marcelo Montenegro, e lamenta que uma autoridade governamental acuse uma missão diplomática sem nenhum fundamento", apontou o pronunciamento divulgado em 14 de junho.
O governo da Bolívia reiterou que mantém uma política externa sob os princípios de não interferência e respeito à soberania com os países do mundo.
"A Bolívia promove uma política externa baseada nos princípios de igualdade, não interferência e respeito à soberania, no marco das normas do direito internacional que regulam as relações diplomáticas. Nessa linha, rejeita qualquer tipo de ação que promova a interferência em nosso país", explica o documento.
Bolívia e EUA têm apenas relações a nível de encarregados de negócios e não possuem embaixadores desde 2008, quando o então presidente Evo Morales (2006–2019) decidiu expulsar Philip Goldberg, acusado de conspirar contra seu governo.