O Theatro São Pedro foi o escolhido para receber, nesta segunda-feira (24), apresentações de atrações da cultura russa em solos canarinhos. Com a presença de autoridades e entusiastas da dança, o evento marca a presença do renomado balé Vaganova no Brasil. Entre os presentes, o embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Labetskiy.
O embaixador russo disse à Sputnik Brasil que está "absolutamente convencido de que o Brasil tem muito interesse pela cultura russa".
"Vale lembrar que foi neste país que todos os nossos clássicos foram traduzidos do russo para o português. Afinal, até recentemente, Dostoiévski era traduzido do francês ou do inglês. Isso ocorreu [pela primeira vez] no Brasil. O balé russo está bem representado aqui também", cravou o representante russo.
Ele continuou: "Sem dúvida, foi Diaguilev que trouxe os clássicos pela primeira vez para o Rio de Janeiro há um século. E agora estamos trazendo novamente os herdeiros do balé clássico russo, que elevaram a cultura a alturas inimagináveis".
Nikolai Tsiskaridze, diretor da companhia de ballet Vaganova, concedeu coletiva de imprensa junto com o embaixador da Rússia no Brasil, e destacou a importância da disseminação cultural em terras brasileiras.
"Foi fundamental a nossa primeira visita em Joinville, que resultou em uma abertura da Escola de Teatro Bolshoi há 24 anos. Agora temos um centro importante de balé russo no Brasil. Muitos alunos de lá já estão atuando em diversos teatros pelo mundo, inclusive na Rússia", disse.
Tsiskaridze cravou ainda que deposita "grandes esperanças no workshop no Rio de Janeiro" e que está "ansioso para ver quem virá".
Cancelamento cultural? É coisa do passado!
Na segunda-feira (17), ao inaugurar as Temporadas Russas no Brasil, em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, Olga Lyubimova, ministra da Cultura da Rússia, abordou questões relacionadas ao cancelamento cultural e à preservação das conexões culturais internacionais russas.
Respondendo a pergunta sobre a mudança de tendência na aceitação da cultura russa, a ministra expressou preocupação com a influência negativa de certas figuras políticas e públicas de países hostis, que têm utilizado as redes sociais para promover o cancelamento cultural.
"Estamos testemunhando gritos estridentes de vários políticos, figuras públicas ou políticas de países hostis captados pelas mídias sociais, o que se transformou em um tema ofensivo e doloroso de cultura do cancelamento da cultura russa, com as redes sociais dizendo que não precisavam mais de Tchaikovsky", explicou à Sputnik.
Na contramão do preconceito, ela observou que os maiores teatros musicais do mundo continuam celebrando compositores russos e que os nomes de figuras icônicas como Pushkin, Tchaikovsky e Prokofiev ainda são amplamente reconhecidos.