Panorama internacional

Será Israel capaz de conduzir uma guerra total contra o movimento Hezbollah?

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse ao canal de TV Channel 14 que Tel Aviv está pronta para transferir algumas forças para o norte para enfrentar o grupo de resistência libanês Hezbollah. Será Tel Aviv capaz de travar uma guerra em duas frentes?
Sputnik
As Forças de Defesa de Israel (IDF) e os combatentes do Hezbollah têm efetuado ataques cada vez mais intensos através da fronteira sul do Líbano desde o início do conflito de Israel em Gaza, lançado após o ataque do movimento Hamas em 7 de outubro de 2023.
"De uma perspectiva israelense, seria muito difícil imaginar uma guerra em duas frentes, mesmo sabendo que no Gabinete de Guerra israelense, há muitos ministros dispostos a tentar abrir a segunda frente com o Hezbollah", disse à Sputnik Lorenzo Trombetta, acadêmico e analista baseado em Beirute especializado no Oriente Médio.
O Hezbollah tem repetidamente alertado que intensificará as ações militares, a menos que Israel pare de matar civis palestinos na Faixa de Gaza.
Na semana passada, o secretário-geral do Hezbollah, Seyyed Hassan, disse que o movimento tem uma força militar de 100.000 homens capazes de realizar ações militares contra Israel em todos os três domínios – terra, mar e ar, acrescentando no entanto que não quer uma guerra total com o país hebreu e apelou a um cessar-fogo completo e permanente em Gaza.
Embora admitindo que as capacidades militares de Israel são "muito fortes e muito elevadas", Trombetta expressou dúvidas sobre as chances de Tel Aviv de ter sucesso em uma guerra contra o Hezbollah.
"Tecnicamente falando, o Hezbollah tem drones e, principalmente, mostrou há pouco tempo, durante maio e junho, suas capacidades para lançar mísseis terra-ar que podem atingir ou combater não apenas drones israelenses, os Hermes 450 e Hermes 900, mas também caças israelenses", disse o especialista.
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"Em segundo lugar, eles também mostraram nas últimas semanas a capacidade de atacar, de representar uma ameaça dentro dos territórios israelenses com drones armados, drones suicidas, outras armas aéreas que romperam o sistema Cúpula de Ferro em mais de uma ocasião, mesmo recentemente", continuou Trombetta.
O Instituto Israelense da Universidade Reichman para o Contraterrorismo assume que o Hezbollah poderia disparar até 3.000 mísseis por dia e sobrecarregar as defesas aéreas de Israel.
Os pesquisadores alertaram que os ataques intensivos esgotariam os estoques israelenses de mísseis terra-ar em apenas alguns dias de combate, expondo o país a novos ataques de mísseis e drones do Hezbollah. Eles argumentam que Tel Aviv não está preparada para uma guerra total com o movimento libanês.
"Devemos ter em conta também o fato de que, caso Israel lance uma guerra contra o Hezbollah no Líbano, é muito possível que o Irã e outros aliados na região ativem suas forças contra Israel e os interesses dos EUA", concluiu Trombetta.
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