O ex-presidente do país também apelou a uma mobilização nacional para defender a democracia contra o que classificou como uma tentativa de "golpe de Estado que se prepara à frente do general Zuñiga".
"Declaramos greve geral por tempo indeterminado e bloqueio de estradas. Não permitiremos que as Forças Armadas violem a democracia e intimidem o povo."
Militares ingressam no palácio presidencial
Os militares revoltosos teriam ingressado no Palacio Quemado, sede do governo da Bolívia, segundo imagens das manifestações. "Recuperamos nossa pátria", afirmou o general Juan José Zuñiga ao entrar no palácio.
De acordo com informações, Zuñiga teria sido demitido por Arce na terça-feira (25) ao se opor a uma possível reeleição do ex-presidente Evo Morales. Em transmissão televisionada, Zuñiga afirmou que Morales "não pode mais ser presidente do país".
Evo, que atualmente está em um racha político com Arce, condenou a tentativa de golpe em sua conta no X (ex-Twitter).
"Convocamos os movimentos sociais do campo e da cidade para defenderem a democracia."
Organizações internacionais manifestam apoio a Arce
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, condenou nesta quarta-feira as mobilizações irregulares do Exército Boliviano e manifestou solidariedade ao governo do país sul-americano diante de um possível colapso da ordem constitucional.
"A Secretaria-Geral da OEA condena da forma mais contundente os acontecimentos na Bolívia. O Exército deve se submeter ao poder civil legitimamente eleito. Enviamos nossa solidariedade ao presidente da Bolívia, Luis Arce Catacora, ao seu governo e a todo o povo boliviano."
"A comunidade internacional, a OEA e a secretaria-geral não tolerarão qualquer violação da legítima ordem constitucional na Bolívia ou em qualquer outro lugar", disse a organização.
O Grupo de Puebla, fórum de partidos de esquerda, também condenou as mobilizações irregulares. "Condenamos o levante antidemocrático de algumas unidades do Exército Boliviano", disse o grupo.
A presidente de Honduras, Xiomara Castro, que também é presidente temporária da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), convocou os presidentes dos países do grupo a "condenar o fascismo" que atenta contra a democracia na Bolívia.