As ações da operação, alcunhada de Eurogolpes, incluíram bloqueio de contas e bens, recolhimento de passaportes e a proibição de deixar o país para alguns dos investigados estrangeiros.
A investigação teve início a partir de informações fornecidas pelos representantes de Portugal e Espanha da Agência da União Europeia para a Cooperação Policial (Europol), que repassaram os dados aos representantes brasileiros.
Desde o início foi identificada a transferência de fundos ilícitos para o Brasil, onde supostamente eram investidos em bens de alto valor, como imóveis e veículos de luxo, em uma tentativa de ocultar a origem criminosa dos recursos.
A PF informou que recebeu informações da Polícia Nacional da Espanha sobre cidadãos brasileiros envolvidos na ativação de quantias significativas de uma espécie de cartão presente que pode ser convertido em Bitcoin, resultando em prejuízo financeiro estimado em mais de 1 milhão de euros (cerca de R$ 6 milhões) somente naquele país.
Utilizando a estrutura no Brasil, especialmente em São Paulo e no Ceará, a organização lavava os recursos ilícitos obtidos nos dois países, segundo as investigações.
A polícia portuguesa já realizou, segundo a PF brasileira, dezenas de buscas domiciliares e prisões preventivas contra 26 indivíduos, majoritariamente brasileiros, suspeitos de fraudes bancárias, causando prejuízo estimado de 7 milhões de euros (R$ 41,2 milhões) a clientes portugueses.
Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa transnacional.